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Maduro ratifica funcionário sancionado por EUA para reestruturar petrolífera

19/08/2020 23h03

Caracas, 20 Ago 2020 (AFP) - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ratificou nesta quarta-feira (19) seu ministro do Petróleo, Tareck El Aissami, sancionado pelos Estados Unidos, à frente da reestruturação da estatal petrolífera PDVSA, em um momento em que a produção de petróleo no país segue em baixa histórica.

Por decreto presidencial, Maduro prorrogou por seis meses os "mandatos plenipotenciários" da comissão encabeçada por El Aissami, no cargo desde de 27 de abril, acusado de "narcoterrorismo" pela justiça americana e que é alvo de milionárias recompensas por informações que levem a sua captura.

"Procedo a assinar e entregar estes poderes absolutos à comissão presidencial para que continue" até "19 de fevereiro de 2021", anunciou o mandatário venezuelano em aparição na televisão.

A comissão foi criada em 19 de fevereiro para "a defesa e reestruturação" da indústria petrolífera. Maduro também declarou uma "emergência energética" no setor do petróleo. Desde então, foram presos diversos diretores acusados de corrupção e até de entregar "informações confidenciais" a Washington.

Não é a primeira vez que o presidente promete uma recuperação da produção do país com uma das maiores reservas de petróleo do mundo, nem a reestruturação da PDVSA.

Para garantir que a petroleira estatal "brilhe", Maduro instruiu El Aissami a enfrentar "a burocracia, a corrupção e os infiltrados que se venderam ao imperialismo" americano e se dedicam a "sabotar processos" da indústria.

Enquanto isso, a produção de petróleo bruto da Venezuela segue estancada em julho abaixo dos 400.000 barris diários (bd), de acordo com dados divulgados pela Organização de Países Exportadores de Petróleo (Opep), um valor igualável à produção do país em 1934.

Após estabilizar-se em 3,2 milhões de bd por dia há 12 anos, a produção venezuelana vem caindo por um mistura de falta de investimento e corrupção, de acordo com especialistas.

A queda acentuou-se após um embargo petrolífero vigente desde abril de 2019, que inclui uma bateria de sanções dos Estados Unidos para pressionar a saída de Maduro, considerado por Washington um ditador no poder de maneira ilegítima.

A extração de petróleo bruto equivale a 96% das receitas da Venezuela, atingida fortemente por uma hiperinflação e uma recessão que se encaminha para um sétimo ano consecutivo.

atm/dga/am/mvv