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Grécia terá 'resposta que merece' no Mediterrâneo oriental, diz Turquia

14/10/2020 09h17

Ancara, 14 Out 2020 (AFP) - A Turquia dará à Grécia "a resposta que merece" no Mediterrâneo oriental, onde o envio por Ancara de um navio de prospecção em águas reivindicadas por Atenas gerou tensões - ameaçou o presidente Recep Tayyip Erdogan, nesta quarta-feira (14).

"Continuaremos a fornecer à Grécia e à administração greco-cipriota (...) a resposta que merecem no terreno", disse Erdogan em um discurso em Ancara.

As declarações vêm após a instalação esta semana, por parte de Ancara, de um navio de pesquisa sísmica, o "Oruç Reis", no Mediterrâneo oriental, apesar dos protestos de Atenas.

O envio deste navio, que se tornou o símbolo do apetite de Ancara por gás no Mediterrâneo oriental, minou as esperanças de distensão, após várias semanas de fortes tensões entre Grécia e Turquia, em agosto e setembro.

As tensões começaram após uma primeira implantação do mesmo navio em 10 de agosto. Ancara havia prolongado sua missão várias vezes, ignorando os repetidos apelos da União Europeia e de Atenas para que se retirasse da área.

No mês passado, o "Oruç Reis" voltou à costa turca, no que muitos esperavam ser um sinal de apaziguamento de Ancara para resolver esta crise.

Após o anúncio da nova incursão do "Oruç Reis", Estados Unidos e Alemanha pediram na terça-feira (13) à Turquia que cessasse as "provocações". Ancara ignorou as críticas, considerando-as "sem nenhum valor".

A descoberta nos últimos anos de significativas reservas de gás natural no Mediterrâneo oriental despertou a febre por este "ouro azul" e envenenou as relações historicamente tensas entre Turquia e Grécia, dois países membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

A Grécia acusa a Turquia de violar o direito marítimo internacional, ao explorar suas águas, e exige sanções europeias contra Ancara.

Já a Turquia afirma ter o direito de realizar pesquisas energéticas naquela zona do Mediterrâneo oriental, argumentando que a presença da pequena ilha grega de Kastellorizo perto da sua costa não é suficiente para impor a soberania de Atenas.

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