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Economia e saúde: estudo calcula o custo de salvar vidas do coronavírus nos EUA

24/11/2020 12h09

Washington, 24 Nov 2020 (AFP) - As decisões de fechar negócios para frear a pandemia de coronavírus resultaram em prejuízos para a economia dos Estados Unidos, mas o custo exato dessas medidas não é tão claro como o fato de que permitiram salvar vidas.

No entanto, pesquisadores da escola de negócios HEC Paris e da Universidade de Bocconi no Milão fizeram as contas: os fechamentos ordenados entre o início da pandemia nos Estados Unidos em março e até maio salvaram 29.000 vidas - a um custo de 169 bilhões de dólares, cerca de seis milhões de dólares por pessoa.

"Por um lado, os governadores salvaram vidas, mas por outro reduziram a atividade econômica", disse à AFP Jean-Noel Barrot, professor do HEC Paris.

O questionamento sobre como enfrentar a pandemia se tornou uma pergunta irritante e politicamente carregada nos Estados Unidos, onde o vírus deixa mais de 12,2 milhões de casos e quase 257.000 mortes.

E as infecções estão ressurgindo em todo o país, levando vários estados a retomar restrições aos negócios.

Barrot alertou, no entanto, que mudanças no comportamento dos americanos poderiam tornar essas novas restrições à atividade econômica menos eficazes.

"À medida em que as pessoas se tornam, talvez, mais responsáveis e usam mais máscaras e tomam outras medidas, o efeito que estamos vendo nas infecções provavelmente vai diminuir", disse.

- Fechamentos sem precedentes -As restrições ordenadas em março foram aplicadas em diferentes níveis por governos regionais e locais, mas causaram efeitos sem precedentes na principal economia mundial, gerando um debate sobre o papel dos governos para forçar os cidadãos a mudar seu modo de vida em nome da saúde pública.

Os críticos dizem que as restrições, que foram relaxadas em diferentes graus na primavera e verão boreal, constituem um ataque caro à liberdade pessoal, enquanto seus apoiadores afirmam que são uma das formas de conter este vírus incontrolável.

Pesquisadores da Universidade de Columbia concluíram que mais de 35.000 vidas poderiam ter sido salvas se tais medidas tivessem sido ordenadas uma semana antes de meados de março, quando começou a epidemia no país.

Embora não tenham sido tão rígidas como em outros países onde o confinamento foi obrigatório, os efeitos das restrições na economia americana foram vistas praticamente de imediato.

Os pedidos semanais de seguro-desemprego dispararam e quase 6,9 milhões de pessoas aplicaram este benefício na semana que terminou em 28 de março, enquanto o índice de desemprego chegou a 14,7% em abril, em comparação com o mínimo histórico de 3,5% de fevereiro.

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