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Pandemia faz fortuna do magnata Jorge Paulo Lemann despencar

Jorge Paulo Lemann perdeu aproximadamente R$ 41 bilhões em 2020, segundo levantamento - Reprodução
Jorge Paulo Lemann perdeu aproximadamente R$ 41 bilhões em 2020, segundo levantamento Imagem: Reprodução

27/11/2020 09h24Atualizada em 27/11/2020 14h39

Segundo homem mais rico do Brasil e quarto da Suíça, o magnata suíço-brasileiro Jorge Paulo Lemann, acionista da cervejaria AB InBev, viu sua fortuna despencar em 2020, em decorrência do fechamento de bares e restaurantes durante a pandemia de coronavírus. Ele perdeu cerca de 7 bilhões de francos suíços (mais de R$ 41 bilhões na cotação de hoje), acumulando atualmente entre 15 e 16 bilhões de francos suíços (entre R$ 88 bilhões e R$ 94 bilhões).

De acordo com o ranking anual das 300 personalidades mais ricas da Suíça, elaborado pela revista Bilan (que inclui suíços no exterior e estrangeiros radicados na Suíça), a fortuna somada desse grupo chega a 646 bilhões de francos suíços (597 bilhões de euros), um valor que se manteve relativamente estável ao longo de um ano.

Mas este ano, marcado pela pandemia da covid-19, foi particularmente difícil para muitos setores, incluindo para a indústria hoteleira e de alimentação.

Assim, as ações da AB Inbev caíram, causando um forte declínio na fortuna de Lemann (-7 bilhões de CHF) e do belga Alexandre Van Damme (-5 bilhões CHF), que residem na Suíça e controlam respectivamente 10% e 7,7% do grupo.

A maior perda foi registrada pela família Kamprad (-11 bilhões CHF). Uma queda que não se deve, contudo, a uma redução no valor da Ikea.

Segundo Bilan, os filhos de Ingvar Kamprad (25º no ranking) não herdaram toda a fortuna do fundador da Ikea, que montou antes de sua morte em 2018 uma estrutura de trusts para garantir a sustentabilidade da companhia. Assim, seus filhos não têm mais controle sobre a fundação de Liechtenstein, dona da marca.

Os três primeiros mais ricos da Suíça, no entanto, permanecem os mesmos: a família Basel Hoffmann-Oeri (grupo farmacêutico Roche) tem entre 29 e 30 bilhões CHF (+2 bilhões).

Está à frente do francês Gérard Wertheimer (acionista da Chanel) e da família brasileira Safra (finanças).

Graças a um aumento de 4 bilhões CHF, o mais elevado do ranking, a família suíça Blocher (Ems-Chemie) se aproximou do pódio. O segundo maior aumento (+3,5 bilhões) diz respeito a Genevan Guillaume Pousaz, fundador da start-up checkout.com, ativo no processo de pagamentos para comércio online.

Os ricos franceses da Suíça não parecem sensíveis às reformas tributárias lançadas por Paris por enquanto, segundo a revista, que indica que o ranking de 2020 não registra nenhum retorno à França. O país tem 44 franceses para uma fortuna total de 103 bilhões CHF.

Dois franceses entraram no ranking: Philippe Foriel-Destezet (fortuna estimada entre 2 e 3 bilhões CHF), que fundou a empresa de trabalho temporário Interecco, que se tornou Adecco, e a família Bahadourian (fortuna estimada entre 1 e 1,5 bilhão), netos de um dono de mercearia armênio de Lyon que se tornou acionista das lojas Grand Frais.

A família Despature, que controla a empresa Somfy, especializada em automação residencial, viu sua fortuna dar um salto de 1,2 bilhão CHF, com suas ações disparando na bolsa nos últimos meses.

O francês Paul Dubrule, cofundador do grupo hoteleiro Accor, por outro lado saiu do ranking, sua capitalização de mercado caiu drasticamente durante a pandemia.

Ao todo, 18 nomes entraram na lista de 2020, incluindo seis bilionários: Mortimer Sackler (Purdue Pharma), Gregory Finger (um russo com passaporte americano que assumiu o Lausanne Hockey Club), Laura e Michael Paulus (que venderam a startup Assurance IQ), Philippe Foriel-Destezet e a família Bahadourian.

O cantor britânico Robbie Williams também é um dos estreantes neste clube dos super-ricos da Suíça, com uma fortuna avaliada em 300 milhões.