EUA espera ajuda do Congresso enquanto reina a confusão
Washington, 9 dez 2020 (AFP) - Um novo plano de reativação econômica nos Estados Unidos com ajuda para os mais vulneráveis parecia se distanciar nesta quarta-feira (9), com democratas e republicanos mergulhados na paralisia no Congresso.
Os dois partidos se acusam mutuamente de bloquear estas ajudas antes do Natal, enquanto a pandemia do novo coronavírus se intensifica e obriga a novos confinamentos.
Há três projetos de lei diferentes sobre a mesa, mas nenhum convence a maioria dos legisladores.
A última proposta veio da Casa Branca na noite de terça-feira: um pacote de 916 bilhões de dólares, algo acima dos US$ 908 bilhões propostos por um pequeno grupo de parlamentares democratas e republicanos e que era a base das negociações.
O líder da maioria republicana no Senado, Mitch McConnell, prefere um plano mais enxuto, de US$ 500 bilhões, depois dos US$ 2,7 trilhões já liberados este ano para ajudar famílias e empresas a enfrentarem a pandemia, inclusive com cheques diretos às pessoas.
É precisamente o montante dos novos cheques que domina as discussões agora.
A Casa Branca prevê 600 dólares por adulto e por criança, afirmou o líder republicano na Câmara de Representantes, Kevin McCarthy, em entrevista à agência Bloomberg, publicada nesta quarta.
O senador democrata Bernie Sanders considerou a quantia "insatisfatória", em declarações à MSNBC.
O país registrou nesta terça cerca de 220.000 novos contágios de covid-19 em 24 horas, um nível próximo dos recordes registrados nos últimos dias no país, e 2.500 mortes, segundo dados da Universidade Johns Hopkins.
- "Posturas políticas" -Os americanos já tinham recebido na primavera cheques no valor de 1.200 dólares no máximo por adulto e US$ 500 por criança, para ajudá-los em meio à crise.
"Estes pagamentos em dinheiro foram uma das razões principais para que a taxa de pobreza caísse durante os primeiros meses da pandemia", escreveram 60 democratas da Câmara em uma mensagem aos líderes da bancada.
A proposta do governo Trump foi rejeitada imediatamente nesta terça pelos líderes democratas no Congresso.
O senador democrata Dick Durbin denunciou nesta quarta-feira "posturas políticas (...) que não porão comida na mesa, não darão tranquilidade a um pai, nem a uma mãe a ajuda para cuidar do seu filho".
"Há muitas pessoas indefesas que contam conosco", acrescentou.
Já McConnell acusou os democratas de bloquearem o plano. Em meio a "uma das piores crises de que se tem memória", as pessoas "precisam que a Câmara e o Senado aprovem uma lei", enfatizou.
- Qual plano vão discutir? -A proposta da Casa Branca inclui dois temas de consenso: os empréstimos às pequenas empresas e medidas para estender os seguros-desemprego, em particular aos trabalhadores independentes, que normalmente não têm direito a este benefício.
O governo também incluiu os dois principais pontos de desacordo.
Trata-se da proteção jurídica a empresas, universidades e escolas contra julgamentos em caso de contaminação pela covid-19 de um funcionário ou aluno. Este ponto é defendido pelos republicanos, enquanto os democratas pedem ajuda aos estados e coletivos locais.
O calendário de votação não está definido e é difícil saber qual proposta os legisladores vão debater e votar.
As ajudas para desempregados do primeiro plano expiram no dia seguinte ao Natal e os despejos voltarão a ser autorizados após uma moratória. Milhões de americanos não conseguem pagar o aluguel por falta de renda.
O presidente eleito, Joe Biden, pediu a aprovação urgente de um plano de ajuda, antes de um plano maior que será apresentado após a sua posse, em 20 de janeiro.
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