Pandemia põe sobrevivência de restaurantes franceses em risco
Paris, 12 Jan 2021 (AFP) - Após mais de dez semanas de fechamento pela pandemia de covid-19, com dívidas que se acumulam e uma grande incerteza sobre a data de reabertura, os donos de restaurantes na França enfrentam uma situação difícil.
O primeiro-ministro Jean Castex anunciou que os bares e restaurantes, fechados desde 30 de outubro, não abrirão antes de meados de fevereiro, no melhor dos casos.
O anúncio caiu como um balde de água fria para todo setor, que é crucial na economia francesa.
"O melhor seria que nos dessem uma data de reabertura realista, em vez de destruir nossas esperanças todo o mês", disse o empresário De Veyrac, em um país que já conta com mais de 68.000 mortos após o esperado aumento de casos devido às festas de fim de ano.
Desde a aparição do coronavírus e o fechamento dos restaurantes, este dinâmico empresário de 37 anos precisou se reinventar e apostar no serviço de "delivery", com o desejo de sobreviver.
"Não ganho nada, mas a ideia é não perder dinheiro", explica à AFP.
Ele tem esperanças de que o ministro francês das Finanças, Bruno Le Maire, que se encontra imerso em uma batalha com os bancos e com a Comissão Europeia, consiga que aceitem adiar os reembolsos até 2022. Sem isso, teme cair em suspensão de pagamentos.
- 'Delivery': um frágil salva-vidas -Como em outros países, os restaurantes na França encontraram no serviço de entrega em domicílio um salva-vidas. Mas, para muitos, o que ganham com isso mal dá para manter sua cabeça fora d'água.
"Só podemos vender comida para levar e decidimos fechar à noite porque todos têm que estar dentro de casa às 20h, então não vale a pena abrir", conta Glora Ávila, uma colombiana de 52 anos e dona de um restaurante de cozinha latino-americana, em referência ao toque de recolher vigente desde 15 de dezembro em todo território.
"No início, pensei em fechar, declarar falência... mas com tanta energia, tempo, dinheiro que investi, abandonar... não", disse, balançando a cabeça.
Endividado até o pescoço e desanimado após meses de altos e baixos, Nicolas (seu nome foi alterado a pedido do entrevistado) decidiu jogar a toalha.
"Assim que acabar a crise da covid, colocarei meu restaurante à venda", afirma este homem com quase uma década de experiência na gastronomia.
Segundo uma pesquisa realizada em novembro pelos organismos do setor de restauração, 65,8% dos donos de restaurantes na França temem ir à falência em 2021.
meb/zm/aa/tt
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