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Após tragédias, Europa autorizará volta do Boeing 737 MAX na próxima semana

Como resultado, Boeing espera aumento muito gradual da produção, com 31 aeronaves previstas por mês no início de 2022 - Divulgação
Como resultado, Boeing espera aumento muito gradual da produção, com 31 aeronaves previstas por mês no início de 2022 Imagem: Divulgação

19/01/2021 12h10

A Agência Europeia de Segurança Aérea (EASA) dará sua autorização "na próxima semana" para o retorno dos voos do Boeing 737 MAX, depois das modificações feitas no avião em função de duas tragédias envolvendo estas aeronaves - anunciou o diretor do órgão, Patrick Ky, hoje.

"Pensamos em publicá-la (a diretriz de navegabilidade) na próxima semana. O MAX poderá, do nosso ponto de vista, voar de novo (na Europa), a partir da próxima semana", afirmou Ky, em videoconferência com a associação alemã de imprensa aeronáutica LPC.

"Chegamos à etapa em que foram cumpridos nossos quatro pré-requisitos", disse Ky, citando "uma clara compreensão do que aconteceu", a resolução de "todos os fatores que contribuíram para os acidentes", a verificação por parte da EASA de vários pontos "críticos" e a informação e treinamento dos pilotos.

Em novembro, a Agência de Aviação dos Estados Unidos (FAA, na sigla em inglês), principal organismo de certificação de aeronaves americanas, assim como as autoridades brasileiras, deram sinal verde para seu retorno ao serviço.

O Canadá anunciou, por sua vez, ontem, que permitirá que o Boeing 737 MAX retome os voos em seu território amanhã.

A autorização para o 737 MAX voar na Europa significa que a Boeing poderá retomar as entregas de aeronaves ao continente. A companhia pode esperar, portanto, uma recuperação em sua receita, já que os clientes pagam a maior parte da fatura quando recebem o avião.

Em ambos os acidentes, o sistema MCAS recebeu informações erradas de um dos dois sensores AOA indicando que a aeronave estava muito inclinada. Os pilotos não conseguiram desativá-lo.

As aeronaves deverão agora passar por uma modificação do sistema MCAS. Outros programas também terão que ser alterados e alguns cabos reposicionados.

Para resolver o problema dos dois sensores, a Boeing desenvolverá uma terceira sonda digital, que será instalada em aviões a partir de 2022.

Enquanto isso, os pilotos estão recebendo treinamento específico para identificar e gerenciar informações conflitantes das duas sondas, de acordo com Ky.

A companhia aérea brasileira Gol foi a primeira do mundo a operar novamente com o avião da Boeing entre São Paulo e Porto Alegre no dia 9 de dezembro.

Nos Estados Unidos, o 737 MAX retomou o serviço em 29 de dezembro com a American Airlines.

Desde que seu retorno foi autorizado, a Boeing entregou 27 aeronaves 737 MAX (todas em dezembro), incluindo 10 para a American Airlines.

Desde a sua entrada em serviço, 67 aeronaves MAX foram entregues a clientes europeus, incluindo 19 para a Norwegian Air Shuttle e 12 para a Turkish Airlines.

Os clientes europeus encomendaram um total de 723 aeronaves, das quais 210 ainda não foram entregues à Ryanair, 92 à Norwegian Air Shuttle e 63 à Turkish Airlines.

Quatorze companhias aéreas e locadoras do Velho Continente encomendaram 737 MAXs, mas nenhum na França.

Cerca de 450 aeronaves produzidas e com entrega pendente no momento da imobilização permanecem nos estacionamentos da Boeing e deverão ser inspecionadas antes que os clientes as recebam.

Como resultado, a Boeing espera um aumento muito gradual da produção, com 31 aeronaves previstas por mês no início de 2022.