Justiça dos EUA autoriza extradição de supostos cúmplices de Carlos Ghosn
Washington, 29 Jan 2021 (AFP) - Uma juíza federal dos Estados Unidos deu luz verde nesta quinta-feira (28) à extradição para o Japão e dois americanos detidos em maio de 2020 e suspeitos de ajudar o ex-diretor da Renault-Nissan Carlos Ghosn a fugir do país.
A juíza Indira Talwani considerou que os argumentos de Michael Taylor e seu filho, Peter Taylor, segundo os quais corriam o risco de ser submetidos a condições próximas à tortura nas prisões japonesas, eram insuficientes para não se aterem ao tratado de extradição entre Tóquio e Washington.
"Embora as condições carcerárias no Jação possam ser deploráveis e ainda que os procedimentos penais aos quais os Taylor serão submetidos possam não satisfazer o processo de devida diligência americana", não representam "'um dano mental e físico', segundo o previsto" no texto do tratado, destaca a sentença de 29 páginas.
A magistrada também destacou que os fatos atribuídos aos dois acusados constituem um crime tanto nos Estados Unidos quanto no Japão.
Michael Taylor, ex-membro das Forças Especiais dos Estados Unidos que se tornou segurança particular, e seu filho, Peter, foram detidos em maio de 2020 depois que o Japão emitiu uma ordem de prisão contra eles.
Peter Taylor foi detido em Boston enquanto se dirigia para o Líbano, onde se refugiu o ex-chefe da aliança automotiva Renault-Nissan e que não tem tratado de extradição com o Japão.
Considerando que apresentavam um "grande risco de fuga", os dois homens permaneciam detidos desde então, à espera do resultado do processo de extradição.
Tóquio acusa pai e filho, assim como o libanês George-Antoine Zayek, de terem ajudado o magnata automobilístico a escapar da justiça japonesa durante uma fuga espetacular em 29 de dezembro de 2019.
Carlos Ghosn, alvo de denúncias de desvio de recursos, foi liberado sob fiança.
Os advogados dos Taylor apelaram da sentença e desconhece-se quando a decisão da segunda instância será divulgada.
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