Economia da Alemanha registra crescimento de 0,3% no último trimestre de 2020
A economia da Alemanha registrou crescimento de 0,3% no último trimestre de 2020 na comparação com o trimestre anterior, apesar das novas restrições adotadas pelo governo para combater a pandemia, anunciou o instituto alemão de estatísticas Destatis.
O crescimento de outubro a dezembro superou a previsão inicial de 0,1% anunciada pelo Destatis em janeiro.
No ano de 2020, o PIB (Produto Interno Bruto) da Alemanha registrou queda de 4,9% em relação a 2019, 0,1% a menos que a estimativa inicial.
A demanda interna, que tinha um papel de motor econômico antes da crise, retrocedeu tanto no consumo das famílias (-3,3%) como no setor público (-0,5%). Apenas o setor da construção conseguiu uma recuperação (+1,8%) após dois trimestres consecutivos de baixa, segundo os dados corrigidos.
Estes índices decepcionantes foram compensados por uma recuperação das exportações (+4,5%), tradicional motor da economia alemã, e pela reconstituição dos estoques pelas empresas.
Ao mesmo tempo, o país registrou um déficit orçamentário em 2020 de 139,6 bilhões de euros (quase 170 bilhões de dólares), resultado que ficou abaixo do valor inicialmente indicado (-158,2 bilhões de euros).
Deste modo, a Alemanha interrompe uma série de oito anos de superávit. Este é o segundo déficit mais elevado desde a reunificação alemã em 1990, indicou o instituto de estatísticas em um comunicado.
Diante da crise provocada pela pandemia, Berlim teve que deixar de lado seu famoso rigor orçamentário e liberou quase um trilhão de euros (US$ 1,22 trilhão) de ajudas às empresas, sob a forma de desemprego técnico, empréstimos garantidos e ajudas diretas.
A Alemanha foi muito afetada a partir do outono (hemisfério norte, primavera no Brasil) pela segunda onda de contágios, que provocou a prorrogação das restrições e pode frear a dinâmica da indústria ao menos no primeiro trimestre de 2021.
O banco KfW prevê um retrocesso do PIB alemão de entre -1,5 e -3% de janeiro a março de 2021.
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