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Brasil pede 'flexibilização' do Mercosul e redução da tarifa comum

Atualmente, o Mercosul não permite que seus membros façam acordos comerciais sem consentimento de parceiros - Getty Images/iStockphoto
Atualmente, o Mercosul não permite que seus membros façam acordos comerciais sem consentimento de parceiros Imagem: Getty Images/iStockphoto

25/02/2021 13h10Atualizada em 25/02/2021 13h10

Brasília, 25 Fev 2021 (AFP) - O Brasil defende a flexibilização do Mercosul para que cada país possa negociar de forma independente acordos comerciais com outros países e propõe "uma redução gradativa" da tarifa externa comum "para melhorar a competitividade" do bloco.

"Nosso objetivo é que o Mercosul seja um bloco negociador eficiente (...) Se isso for possível através do Mercosul como bloco, ótimo. Se em alguns casos é melhor trabalhar individualmente (...) precisamos achar essas flexibilidades", declarou o ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo em entrevista à AFP.

"O Mercosul tem de ser aberto ao mundo, permitir ou (pelo menos) não impedir uma abertura do Brasil ao mundo. Para nós, é vital para a nossa competitividade", acrescentou.

Atualmente, o Mercosul (formado por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai) não permite que seus membros façam acordos comerciais sem o consentimento de seus parceiros.

A flexibilização dessa cláusula, que há anos é debatida no bloco, é um desejo compartilhado pelo presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou (centro-direita), e do Paraguai, Mario Abdo Benítez.

O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, e Lacalle Pou propuseram tratar o assunto em uma reunião em março dos quatro líderes do bloco, cuja presidência semestral é exercida pelo governo argentino de Alberto Fernández (centro-esquerda).

A data considerada é 26 desse mês, dia em que o bloco completa 30 anos desde a sua constituição, em Foz do Iguaçu.

Araújo também defendeu uma "redução gradual" da Tarifa Externa Comum (TEC), a elevada taxa - de 13% a 14% em média - às importações de terceiros países, outro grande assunto debatido no bloco há anos.

"Temos a ideia de redução da TEC para melhorar a competitividade, mas de uma maneira gradual, que também contemple a realidade dos nossos setores produtivos".