Número de bilionários dispara na China mesmo em ano de pandemia
Pequim, 2 Mar 2021 (AFP) - A China nunca teve tantos bilionários, apesar da pandemia que sacode a economia global, e agora o país ultrapassa seus rivais mais próximos, incluindo os Estados Unidos, de acordo com um ranking publicado hoje.
A China foi o primeiro país a ser afetado, no final de 2019, pelo novo coronavírus, que paralisou sua economia, mas também foi o primeiro a se recuperar e voltar a crescer.
E apesar das medidas de confinamento sem precedentes que afundaram a atividade econômica no início de 2020, no ano passado a China viu seu número de bilionários em dólares aumentar, de acordo com o ranking anual do gabinete Hurun.
O gigante asiático somou 253 novos bilionários e domina amplamente o ranking mundial, com um total de 992 super-ricos (incluindo Hong Kong).
O tamanho do clube de bilionários da China quase dobrou nos últimos cinco anos, num contexto de alta nos mercados de ações e uma enxurrada de novos IPOs.
Em números, os Estados Unidos são o segundo país com mais bilionários (696). A potência somou 70 novos bilionários.
As três maiores fortunas continuam, porém, sendo americanas e francesa: US$ 197 bilhões para Elon Musk, fundador da Tesla, à frente de Jeff Bezos (Amazon) e do francês Bernard Arnault (LVMH).
A Índia é o terceiro país do mundo com o maior número de bilionários (177).
O homem mais rico da China é o empresário do setor de água engarrafada Zhong Shanshan, que um ano antes nem estava entre as cem pessoas mais ricas.
Sua fortuna está avaliada em US$ 85 bilhões, depois que sua empresa Nongfu Spring abriu o capital no ano passado.
Pela primeira vez na história do ranking Hurun, as maiores fortunas da China não estão mais vinculadas ao mercado imobiliário, um setor no qual o crescimento do país se baseia há muito tempo.
Os executivos da Tencent (internet e videogame) e da ByteDance (dona do app de vídeos TikTok) estão em segundo e terceiro lugar, respectivamente.
Jack Ma, do Alibaba, que durante muito tempo ocupou o primeiro degrau do pódio, caiu para a quarta posição, com uma fortuna estimada em US$ 55 bilhões.
A antiga queridinha dos empresários da China está sob pressão dos reguladores, que estão atentos ao Alibaba e ao Ant Group em questões antitruste.
No geral, a China lidera a criação de riqueza mundial, segundo o relatório Hurun, acrescentando 490 novos bilionários nos últimos cinco anos, em comparação com os 160 adicionados pelos EUA.
O presidente do Hurun Report, Rupert Hoogewerf, ressaltou que mesmo com o caos pandêmico, o ano passado registrou o maior aumento de riqueza da década devido a novos IPOs e mercados de ações em expansão.
"A Ásia tem, pela primeira vez em talvez centenas de anos, mais bilionários do que o resto do mundo combinado", acrescentou.
O relatório também sinalizou uma mudança em Hong Kong, apontando que os empresários da cidade agora estão sendo "diminuídos" por seus colegas no continente - apenas três magnatas de Hong Kong estão entre os 50 maiores da China.
Seis das dez maiores cidades do mundo com a maior concentração de bilionários estão agora na China, com Pequim no topo da lista pelo sexto ano consecutivo.
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