Governo e analistas esperam forte impulso ao crescimento com plano de Biden
Washington, 8 Mar 2021 (AFP) - Famílias, cidades, empresas: o governo de Joe Biden vai alavancar a economia com liquidez depois da aprovação do plano de ajuda de US$ 1,9 trilhão na terça-feira, que terá um forte e imediato efeito sobre o crescimento no país.
As medidas devem impulsionar o crescimento dos EUA de 3 pontos percentuais para 7% este ano, afirma Gregory Daco, economista-chefe da Oxford Economics.
"As famílias americanas serão os motores da reativação", acrescentou, observando que as famílias de baixa renda se beneficiarão de "generosas transferências orçamentárias de cerca de 900 bilhões de dólares", incluindo cheques diretos, adicionais de seguro desemprego e créditos fiscais.
As famílias de alta renda devem, por sua vez, gastar parte do excedente do que foi poupado ao longo dos 11 meses.
"É o pacote de ajuda do qual precisamos para retomar nossa economia e restabelecê-la ao seu nível pré-pandêmico", anunciou a secretária do Tesouro, Janet Yellen, em comunicado à emissora MSNBC, um dia antes de a Câmara dos Representantes votar o projeto.
Em 2020, a maior economia do mundo teve retração de 3,5%, em seu pior ano desde a Segunda Guerra Mundial.
O Senado americano aprovou o plano de estímulo no sábado, sem votos da oposição republicana.
Sendo maioria na Câmara dos Deputados, os democratas devem aprovar rapidamente o projeto de lei para que Biden possa sancioná-lo até 14 de março, data em que terminam os benefícios extraordinários aos desempregados.
- Cheques de US$ 1.400 -Cheques de US$ 1.400 por adulto e por criança devem ser enviados a milhões de americanos de acordo com sua renda.
"É um conjunto de medidas extremamente importante que dará a milhões, centenas de milhões de americanos a ajuda que precisam", comemorou Yellen.
Com financiamentos para escolas e a perspectiva de créditos para as creches, muitas pessoas poderão voltar a trabalhar.
De acordo com a Casa Branca, este projeto de lei criará cerca de sete milhões de empregos neste ano, reduzirá os custos com saúde e salvará vidas graças aos recursos para conseguir uma vacinação generalizada.
Deverá também reduzir a pobreza infantil pela metade.
"É uma mudança radical na política social", ressaltou Samuel Hammond, diretor do think tank Niskanen Center.
- O futuro do emprego -Os estados e entidades locais cortaram 1,4 milhão de empregos devido à queda em suas receitas e ao aumento de suas despesas, explicou Yellen.
Esse plano deve permitir que "policiais e bombeiros mantenham seus empregos", observou.
"Se tudo correr bem, nossa economia vai recuperar no próximo ano o pleno emprego que tínhamos antes da pandemia", considerou.
Em fevereiro de 2020, durante o governo de Donald Trump, o nível de desemprego era de 3,5% nos Estados Unidos.
"Parte da ajuda deve ter um impacto sobre os dados econômicos provavelmente a partir de abril", afirmou o economista Michael Pugliese, do Wells Fargo, à AFP.
Segundo Pugliesi, isso pode se traduzir em uma escalada no consumo, principalmente nas lojas de varejo a partir de abril e maio, mesmo que algumas famílias decidam economizar parte do dinheiro que receberão.
"O plano é realmente muito, muito grande", reflete o economista Joel Naroff, que considera a meta do governo clara: levar o crescimento de um ritmo moderado para um ritmo rápido em alguns meses.
Em janeiro, o FMI projetava um crescimento de 5,1% para os Estados Unidos neste ano. A previsão não considerou este novo pacote de estímulo que se somará a vários anteriores, de US$ 2,2 trilhões, 500 bilhões e 900 bilhões.
Se forem criados sete milhões de empregos, a taxa de desemprego deve cair para menos de 5% até o final de dezembro, segundo Daco.
Dt/jum/mr/dga/bn
WELLS FARGO & COMPANY
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