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Rússia diz estar 'disposta' a garantir segurança de navios em portos ucranianos

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, participa de uma coletiva de imprensa conjunta com o presidente do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) após suas conversas em Moscou em 24 de março de 2022 - Kirill Kudryavtsev/AFP
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, participa de uma coletiva de imprensa conjunta com o presidente do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) após suas conversas em Moscou em 24 de março de 2022 Imagem: Kirill Kudryavtsev/AFP

08/06/2022 07h44Atualizada em 08/06/2022 08h09

A Rússia está "disposta" a garantir, em cooperação com a Turquia, a segurança dos navios com cereais que zarpam dos portos ucranianos, afirmou nesta quarta-feira (8) o ministro das Relações Exteriores de Moscou, Serguei Lavrov.

"Estamos dispostos a garantir a segurança dos navios que saem dos portos ucranianos... em cooperação com nossos colegas turcos", disse Lavrov em uma entrevista coletiva com o chanceler da Turquia, Mevlut Cavusoglu.

Lavrov chegou na terça-feira à noite a Ancara para abordar a criação de corredores marítimos que facilitem a exportação de cereais. A Ucrânia é o quarto maior exportador mundial de milho e estava a ponto de virar, antes da guerra, o terceiro maior exportador mundial de trigo.

O conflito iniciado em 24 de fevereiro provocou a disparada dos preços e deixou vários países, em particular na África e Oriente Médio, à beira da fome.

O chanceler acrescentou que Moscou não se aproveitará da situação para avançar sua "operação militar especial" desde que a Ucrânia também permita que os navios deixem o porto em segurança.

"Estas são garantias do presidente da Rússia", disse Lavrov.

A pedido da ONU, a Turquia propôs ajuda para escoltar as embarcações.

Para Cavusoglu, "o plano da ONU é razoável e factível". "Ucrânia e Rússia deveriam aceitar", disse.

O ministro turco disse ainda que seria "legítimo" retirar as sanções contra as exportações agrícolas russas.

"Se devemos abrir o mercado internacional ucraniano, pensamos que é legítimo retirar os obstáculos às exportações russas", disse Cavusoglu.

Antes da guerra, a Ucrânia exportava a cada mês 12% do trigo, 15% do milho e 50% do óleo de girassol do mundo.

"Neste momento temos entre 20 e 25 toneladas bloqueadas. No outono (hemisfério norte, primavera no Brasil), poderíamos alcançar entre 70 e 75 milhões de toneladas", advertiu na segunda-feira o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky.

O ministro turco da Agricultura, Vahit Kirisci, disse que a "Ucrânia está protegendo atualmente seus portos comerciais com minas" e teme ser "atacada peça Rússia" se retirar as armas.

*Com informações de Reuters