Petróleo cai em mercado que não espera ampliação do conflito no Oriente Médio
Os preços do petróleo caíram nesta sexta-feira (3) em um mercado que espera que a guerra entre Israel e Hamas não se estenda a outros países da região, enquanto alguns indicadores dos Estados Unidos suscitam preocupações sobre um esgotamento do consumo.
O barril Brent do Mar do Norte para entrega em janeiro perdeu 2,26%, a US$ 84,89 em Londres. Já o West Texas Intermediate (WTI) para dezembro baixou 2,36%, a US$ 80,51 em Nova York.
O WTI chegou a tocar novamente a marca de US$ 80, nível mais baixo desde agosto, mas um rebote técnico permitiu-lhe recuperar parte do terreno no final do dia.
"Os preços estão caindo porque o conflito no Oriente Médio não escalou até agora, apesar da ofensiva terrestre de Israel em Gaza", resumiu Barbara Lambrecht, do Commerzbank, em nota.
Nesta sexta, o líder do movimento pró-iraniano libanês Hezbollah, Hassan Nasrallah, considerou "realista" a possibilidade de o conflito entre Israel e o Hamas em Gaza desencadear uma "guerra total".
"A possibilidade de que esse front registre uma escalada adicional ou uma guerra total [...] é realista e pode ocorrer, o inimigo deve se preparar", alertou Nasrallah em seu primeiro discurso desde o início da guerra em Gaza em 7 de outubro.
O líder islamista insistiu que "todas as opções" estão abertas e advertiu aos Estados Unidos que, se quiserem impedir uma conflagração regional, devem "frear a agressão [israelense] contra Gaza".
O discurso de Nasrallah era aguardado, pois deveria determinar se o Líbano entraria diretamente no conflito.
"Parece que ele não está interessado em estender o conflito", considerou Andy Lipow, da Lipow Oil Associates. "Isso pode ter acalmado o petróleo", refletiu.
Para José Torres, da Interactive Brokers, o mercado "está revisando para baixo os riscos de um conflito de maior envergadura". Agora, "os operadores estão se concentrando em uma demanda mais fraca", afirmou.
Além disso, a economia dos Estados Unidos começa a mostrar alguns sinais de desaceleração, em particular no mercado de trabalho.
Em outubro, foram criados 150 mil empregos, menos do que os 175 mil esperados pelos analistas e metade do número de setembro, anunciou o Departamento do Trabalho nesta sexta.
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© Agence France-Presse
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