Petróleo mantém viés de baixa e deixa Opep+ sob pressão

As cotações do petróleo registraram sua terceira baixa consecutiva nesta segunda-feira (4) desde que a Opep+ anunciou novos cortes de produção, uma reação que põe sob pressão esta aliança, que está ficando sem munição para sustentar os preços.

Em Londres, o preço do barril Brent do Mar do Norte para entrega em fevereiro recuou 1,07%, fechando a 78,03 dólares. Em Nova York, o barril do West Texas Intermediate (WTI) para entrega em janeiro perdeu 1,39%, para 73,04 dólares.

Desde que a Opep e seus aliados da Opep+ anunciaram os cortes na quinta-feira, após sua reunião ministerial, o WTI acumulou perdas superiores a 6%.

A aliança prometeu uma redução adicional de 900.000 barris diários de produção de janeiro a março, para elevar para quase 6 milhões de barris diários o corte desde outubro de 2022, mais de 5% da produção mundial.

"Os operadores estão um pouco perdidos, mas se questionam sobre a amplitude exata do corte", disse Michael Lynch, da Strategic Energy & Economic Research (SEER).

O mercado duvida dos compromissos de alguns membros da aliança, em particular Emirados Árabes Unidos e Kuwait, "que poderiam desrespeitar suas cotas", alertou o analista.

Já Angola anunciou que não se restringirá à cota que lhe foi atribuída.

"Fica cada vez mais difícil toda vez" para a Opep+, explica Lynch, devido à degradação progressiva e constante da conjuntura econômica.

Com a queda da demanda "reduziram mais. Mas o problema é que ficaram sem munição", argumentou o analista.

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Enquanto a Opep+ reduz a produção, os Estados Unidos têm um recorde absoluto de 13,2 milhões de barris, o Brasil também alcança níveis máximos, o Irã também atinge um pico em cinco anos e a Nigéria produz cada vez mais.

Para Danny Flynn, da Price Futures Group, a perspectiva de uma política monetária menos restritiva nos Estados Unidos no médio prazo poderia gerar algum otimismo no mercado e ajudar os preços a se recuperarem.

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© Agence France-Presse

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