Governo evitou perda de R$ 7,1 bilhões em fraudes no auxílio emergencial
O ministro da CGU (Controladoria-Geral da União), Wagner Rosário, disse ontem, durante entrevista ao programa "Sem Censura", da TV Brasil, que o trabalho da CGU permitiu que a União economizasse R$ 7,1 bilhões em valores pagos indevidamente no auxílio emergencial.
"Foi o valor que foi suspenso pelo Ministério da Cidadania. Essa é a nossa estimativa pelo número de beneficiários que foram suspensos pelo programa. Foi um trabalho bastante importante porque, além da gente cortar [as fraudes], a gente permite que quem realmente necessite receba o recurso", disse o ministro.
Durante o programa, Rosário também falou, entre outros temas, sobre o trabalho da CGU, o combate à corrupção, acordos de leniência, a CPI da Covid e a divulgação de salários de aposentados e pensionistas pelo Portal da Transparência.
O ministro explicou que utilizou o cruzamento de base de dados para detectar fraudes no pagamento do auxílio emergencial.
"Nós tínhamos basicamente três grandes grupos que estavam no auxílio emergencial, um era o pessoal do Bolsa Família, o outro era o pessoal do Cadastro Único do governo, ou seja, estão vinculados a outros programas, mas não ao Bolsa Família, e também quem se cadastrou junto à Caixa Econômica Federal tendo a necessidade de recebimento deste recurso. Nós passamos a cruzar essas bases de dados com diversas outras bases", declarou.
Rosário explicou que, no caso do auxílio emergencial, há tanto fraudes pontuais quanto fraudes de grandes grupos, como hackers que tentam simular CPFs e inseri-los para tentar que eles sejam aprovados nos crivos do governo.
"Tem algumas [fraudes] que são mais difíceis de detectar, por exemplo, como eu vou saber se uma mãe cuida daquele filho sozinha ou não", disse. As mães chefes de família têm direito de receber o benefício em dobro.
O ministro também disse que o trabalho da CGU envolvendo a pandemia não aborda apenas o pagamento do auxílio emergencial. Ele citou que foram deflagradas, até agora, 60 operações em conjunto com a polícia federal envolvendo contratações em geral relacionadas a recursos destinados ao combate à covid-19.
Entre as fraudas que foram detectadas estão, por exemplo, irregularidades envolvendo compra de respiradores e de EPIs (equipamentos de proteção individual).
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