Na reunião da Organização Mundial do Comércio nos EAU, as Filipinas esperam acordos sobre pesca, agricultura e questões climáticas

ABU DHABI, 25 de fevereiro de 2024 (WAM) -- As Filipinas esperam negociações bem-sucedidas sobre subsídios à pesca, agricultura e questões climáticas na 13ª Conferência Ministerial (MC13, na sigla em inglês) da Organização Mundial do Comércio (OMC) em Abu Dhabi, de acordo com Alfredo E. Pascual, secretário de Comércio e Indústria das Filipinas.

Pascual disse estar particularmente entusiasmado em dar as boas-vindas a Comores e Timor-Leste como as mais recentes adições à OMC, significando "a culminação da segunda fase de negociações sobre subsídios à pesca", afirmou ele à Agência de Notícias dos Emirados (WAM) em uma entrevista por e-mail de Manila.

Além disso, o secretário expressou sua esperança de que a MC13 chegue a acordos significativos na agricultura, "com foco no aumento da segurança alimentar, uma preocupação primordial para muitas nações".

O papel vital dos Emirados Árabes Unidos

Os Emirados Árabes Unidos sediarão a MC13 de 26 a 29 de fevereiro de 2024 em Abu Dhabi, depois de organizar com sucesso a COP28, a Conferência do Clima da ONU em Dubai, em dezembro de 2023.

Cerca de 164 nações e blocos comerciais participarão da Conferência Ministerial, o principal órgão de tomada de decisões da OMC, que se reúne normalmente a cada dois anos.

"As Filipinas apreciam profundamente os Emirados Árabes Unidos por sua liderança exemplar ao sediar a MC13", destacou Pascual, que será o chefe da delegação filipina na conferência.

O papel vital que os Emirados assumiram, ressaltou, especialmente após o impulso obtido com a MC12 e a frutífera reunião de altos funcionários em outubro, estabelece um cenário promissor para um progresso substancial e vitalidade contínuos nos esforços da OMC.

Comércio eletrônico, reformas da OMC

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A autoridade filipina disse que a conferência também fornecerá uma plataforma para diálogos aprofundados sobre tópicos críticos, como comércio eletrônico, a interseção de preocupações comerciais e ambientais e o imperativo da inclusão dentro da estrutura comercial multilateral. "Essas discussões são cruciais para garantir um sistema de comércio global equilibrado e progressivo", observou.

As Filipinas têm defendido firmemente a reforma e a modernização da OMC, com ênfase especial no reforço do aspecto de desenvolvimento das discussões, ressaltou Pascual. "Estou otimista de que esta conferência marcará um passo significativo nessas áreas essenciais, refletindo nosso compromisso coletivo com um ambiente de comércio global mais equitativo e sustentável."

Questões climáticas

Os desafios da mudança climática estão entre os mais importantes que a comunidade global deve enfrentar, e as Filipinas, como um país extremamente vulnerável a seus impactos, está determinada a alavancar o sistema de comércio multilateral para mitigar esses efeitos, afirmou o funcionário.

"Nossa dedicação é evidente em nossa postura proativa na promoção de práticas comerciais sustentáveis, facilitando o intercâmbio de bens e serviços ecologicamente corretos e buscando ativamente alianças com outros membros da OMC que compartilham nossa visão de integrar o comércio e a sustentabilidade ambiental", pontuou.

A urgência desse esforço não pode ser exagerada, enfatizou Pascual.

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A OMC está estrategicamente posicionada para acelerar o comércio global de tecnologias inteligentes para o clima, que são fundamentais para impulsionar a mudança para a energia renovável - uma mudança que é particularmente crucial para os países em desenvolvimento e menos desenvolvidos (LDCs) em sua busca por crescimento econômico e sustentabilidade, explicou.

"Além disso, nosso envolvimento nessas iniciativas comerciais voltadas para o meio ambiente vai além da resposta imediata às mudanças climáticas. E também catalisa o investimento, estimula a criação de empregos e reforça a segurança alimentar."

Esses são benefícios holísticos que contribuem para um sistema de comércio global resiliente, capaz de apoiar a transição coletiva para uma economia mais verde, acrescentou o funcionário.

Relações entre Filipinas e Emirados Árabes Unidos

Pascual elogiou os Emirados Árabes Unidos por suas iniciativas estratégicas para aprimorar as relações comerciais com economias de todo o mundo, reforçando a posição do país como um centro global de comércio e logística.

A série de Parcerias Econômicas Abrangentes (CEPAs) assinadas com vários países exemplificam a visão comercial expansiva dos EAU, destacou.

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Os Emirados concluíram CEPAs com 11 países, como Índia, Indonésia, Israel, Turquia, Camboja, Coreia do Sul, Colômbia, Geórgia, Ilhas Maurício, Congo-Brazzaville e Costa Rica. Os primeiros cinco acordos já entraram em vigor.

A autoridade filipina observou que o recente acordo sobre os termos de referência para a CEPA Filipinas-EAU foi um marco, prometendo aumentar os fluxos de comércio e investimento com os Emirados e a região mais ampla do Golfo.

A parceria promoverá maiores oportunidades em vários setores, incluindo construção, energia e logística, acrescentou. "E se alinha com os objetivos do Plano de Desenvolvimento das Filipinas para ampliar nossa rede de acordos de livre comércio".

O potencial de colaboração entre os Emirados Árabes Unidos e as Filipinas é imenso, e a MC13 oferece uma excelente plataforma para explorar ainda mais essas oportunidades, enfatizou Pascual.



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