Venezuela confirma que tem inflação mais alta do mundo
Ao mesmo tempo em que o governo venezuelano decretava, nesta sexta-feira, um estado de emergência econômica em todo o território pelos próximos 60 dias, o Banco Central do país revelou novas cifras confirmando a elevada inflação do país como a mais alta do planeta.
Depois de cerca de um ano sem divulgar dados oficiais sobre o assunto, o Banco Central da Venezuela (BCV) indicou que a inflação anual até setembro de 2015 chegou a 141%.
Na última vez em que foram divulgados dados oficiais sobre o aumento do custo de vida no país, em fevereiro de 2015, a estimativa das autoridades chegava a 70% do atual.
Segundo o BCV, a inflação acumulada nos nove primeiros meses de 2015 foi de 108,7%.
Estas cifras confirmam o que observadores dizem há algum tempo: a Venezuela tem a maior taxa de inflação do mundo na atualidade.
O governo venezuelano atribuiu a complexa situação econômica que enfrenta o país a uma "guerra econômica" que seria empreendida por empresários nacionais e governos estrangeiros hostis à "Revolução Bolivariana".
A oposição ao governo do presidente Nicolás Maduro afirma, no entanto, que a crise econômica se deve principalmente ao que eles consideram políticas econômicas equivocadas, em particular quanto ao controle do câmbio e dos preços.
A Venezuela também sofreu as consequências da queda vertiginosa dos preços do petróleo - que representa mais de 90% das suas exportações - em 2015.
Ainda pior
Alguns especialistas advertem que a situação da inflação na Venezuela é ainda pior do que a revelam as cifras do Banco Central da Venezuela.
Steve Hanke, acadêmico da Universidade Johns Hopkins dos Estados Unidos, especialista internacional em hiperinflação e frequente crítico do governo de Nicolás Maduro, acredita que as cifras do BCV estão equivocadas.
"Minhas estimativas dizem que no último dia 13 de janeiro, a inflação anual na Venezuela chegava a 392%", disse à BBC Mundo, uma cifra que seria mais que o dobro do que reconhecem as autoridades.
Hanke afirma que a inflação da Venezuela é tão alta que o banco central teria dificuldade de medi-la com precisão usando métodos convencionais, devido à constante mudança dos preços.
Mas o acadêmico também afirma que, até mesmo no índice que o BCV admite, a inflação venezuelana é maior do mundo.
Especialistas comentam que a declaração de emergência econômica desta sexta-feira significa uma admissão por parte de Caracas da magnitude da crise econômica que acomete o país.
Emergência
A emergência econômica é uma das modalidades de estado de exceção previstas na Constituição para quando ocorram "circunstâncias econômicas extraordinárias que afetem a vida econômica da nação".
O decreto não especifica se haverá alguma mudança drástica na política econômica do país, mas especula-se que o país planeje uma desvalorização cambial e elevação no preço subsidiado dos combustíveis.
Os venezuelanos padecem de uma crise econômica profunda, com o petróleo atingindo seu preço mais baixo em mais de uma década - além de altos índices de inflação e escassez de itens básicos.
A medida ocorre horas depois de o presidente Maduro apresentar sua prestação de contas anual à Assembleia Nacional, que pela primeira vez é dominada pela oposição.
O Parlamento de maioria opositora ainda tem que aprovar a declaração de emergência econômica - embora a legislação local diga que a norma entra em vigor na sua publicação.
Caso a norma seja rejeitada pelos parlamentares, o governo pode recorrer ao Supremo Tribunal de Justiça.
Depois de cerca de um ano sem divulgar dados oficiais sobre o assunto, o Banco Central da Venezuela (BCV) indicou que a inflação anual até setembro de 2015 chegou a 141%.
Na última vez em que foram divulgados dados oficiais sobre o aumento do custo de vida no país, em fevereiro de 2015, a estimativa das autoridades chegava a 70% do atual.
Segundo o BCV, a inflação acumulada nos nove primeiros meses de 2015 foi de 108,7%.
Estas cifras confirmam o que observadores dizem há algum tempo: a Venezuela tem a maior taxa de inflação do mundo na atualidade.
O governo venezuelano atribuiu a complexa situação econômica que enfrenta o país a uma "guerra econômica" que seria empreendida por empresários nacionais e governos estrangeiros hostis à "Revolução Bolivariana".
A oposição ao governo do presidente Nicolás Maduro afirma, no entanto, que a crise econômica se deve principalmente ao que eles consideram políticas econômicas equivocadas, em particular quanto ao controle do câmbio e dos preços.
A Venezuela também sofreu as consequências da queda vertiginosa dos preços do petróleo - que representa mais de 90% das suas exportações - em 2015.
Ainda pior
Alguns especialistas advertem que a situação da inflação na Venezuela é ainda pior do que a revelam as cifras do Banco Central da Venezuela.
Steve Hanke, acadêmico da Universidade Johns Hopkins dos Estados Unidos, especialista internacional em hiperinflação e frequente crítico do governo de Nicolás Maduro, acredita que as cifras do BCV estão equivocadas.
"Minhas estimativas dizem que no último dia 13 de janeiro, a inflação anual na Venezuela chegava a 392%", disse à BBC Mundo, uma cifra que seria mais que o dobro do que reconhecem as autoridades.
Hanke afirma que a inflação da Venezuela é tão alta que o banco central teria dificuldade de medi-la com precisão usando métodos convencionais, devido à constante mudança dos preços.
Mas o acadêmico também afirma que, até mesmo no índice que o BCV admite, a inflação venezuelana é maior do mundo.
Especialistas comentam que a declaração de emergência econômica desta sexta-feira significa uma admissão por parte de Caracas da magnitude da crise econômica que acomete o país.
Emergência
A emergência econômica é uma das modalidades de estado de exceção previstas na Constituição para quando ocorram "circunstâncias econômicas extraordinárias que afetem a vida econômica da nação".
O decreto não especifica se haverá alguma mudança drástica na política econômica do país, mas especula-se que o país planeje uma desvalorização cambial e elevação no preço subsidiado dos combustíveis.
Os venezuelanos padecem de uma crise econômica profunda, com o petróleo atingindo seu preço mais baixo em mais de uma década - além de altos índices de inflação e escassez de itens básicos.
A medida ocorre horas depois de o presidente Maduro apresentar sua prestação de contas anual à Assembleia Nacional, que pela primeira vez é dominada pela oposição.
O Parlamento de maioria opositora ainda tem que aprovar a declaração de emergência econômica - embora a legislação local diga que a norma entra em vigor na sua publicação.
Caso a norma seja rejeitada pelos parlamentares, o governo pode recorrer ao Supremo Tribunal de Justiça.
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