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Contra 'glorificação', Quênia troca rostos de políticos por animais em novas moedas

Quenianos viam a moeda como um meio de os líderes se promoverem e personalizarem o Estado; agora, imagens são de animais  - Banco Central do Quênia
Quenianos viam a moeda como um meio de os líderes se promoverem e personalizarem o Estado; agora, imagens são de animais Imagem: Banco Central do Quênia

18/12/2018 09h31

Em vez de políticos, imagens de leões, elefantes, girafas e rinocerontes.

O Quênia retirou os rostos dos presidentes que estampavam as moedas do país e, no lugar deles, gravou as figuras de animais selvagens - no que é visto como tentativa de evitar a glorificação de políticos.

Moedas anteriores traziam efígies dos três ex-governantes do país: Jomo Kenyatta, Daniel arap Moi e Mwai Kibaki.

Críticas

Parte da população, entretanto, via as moedas com imagens de políticos como forma de os líderes se promoverem e de personalizarem o Estado.

O presidente Uhuru Kenyatta - filho do primeiro líder do Quênia, Jomo Kenyatta - disse que o novo modelo representa uma "grande mudança" e mostra que a nação "percorreu um longo caminho".

Seus três antecessores mandaram imprimir seus rostos na moeda enquanto estavam no poder. Kibaki, que venceu as eleições em 2002 - pondo fim a 24 anos de governo de Moi - havia afirmado que não gravaria a própria imagem, mas descumpriu a promessa.

Uma intensa pressão pública no país levou ao estabelecimento de uma nova constituição, adotada em 2010, para reforçar a democracia e os direitos humanos.

Entre outros pontos, o estatuto determina que a moeda "não deve trazer a imagem de nenhum indivíduo".

O Banco Central cumpriu a exigência no caso das moedas e provavelmente fará o mesmo quando imprimir novas cédulas.

A instituição afirmou que a escolha de animais dá "expressão física a um recém-renascido e próspero Quênia", e mostra respeito pelo meio ambiente.