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'Kakebo', o método japonês que pode ajudar a economizar até 35% do salário

O kakebo foi projetado para ajudar as mulheres a administrar a economia doméstica, de acordo com o autor de um livro sobre esse método japonês de poupar - Getty Images
O kakebo foi projetado para ajudar as mulheres a administrar a economia doméstica, de acordo com o autor de um livro sobre esse método japonês de poupar Imagem: Getty Images

28/03/2019 18h22

Economizar é um dos propósitos que temos, geralmente, sempre que recebemos o salário. E muitas vezes falhamos: acabamos poupando menos do que desejávamos ou até sem guardar nada.

Mas há diferentes métodos e técnicas para tentar guardar dinheiro.

Os japoneses usam uma ferramenta que os ajuda na tarefa: o kakebo, que exige uma certa metodologia, mas não precisa de muitos recursos - apenas um caderno, uma caneta, perseverança e força de vontade.

Dizem que a pessoa que guarda não é aquela que gasta menos, mas aquela que gasta com sabedoria. Então, se você é um bom administrador ou daqueles que têm dificuldade em sobreviver até o fim do mês, aqui você pode descobrir uma nova maneira de, pelo menos, tentar aumentar suas economias.

Origem do termo

O kakebo é a palavra japonesa para definir "livro de contas domésticas", e suas origens remontam a 1904, de acordo com Fumiko Chiba, autor do livro Kakebo: A arte japonesa de poupar dinheiro.

Chiba conta em seu livro que a ideóloga desse método foi Hani Motoko, considerada a primeira mulher jornalista no Japão. A intenção dela era encontrar uma maneira de ajudar as esposas a administrarem a economia familiar de maneira eficiente.

"Embora o Japão seja uma cultura tradicional em muitos aspectos, o kakebo foi uma ferramenta libertadora para as mulheres, porque lhes dava controle sobre as decisões financeiras", escreve Chiba em sua obra.

Hoje, apesar do fato de já existirem vários aplicativos no mercado com os quais você pode controlar suas receitas e despesas no celular, esses livros de contas ainda são comercializados no Japão.

Eles geralmente são vendidos no início de cada ano e, de acordo com Chiba, são bastante populares.

Kakebo 2 - Getty Images - Getty Images
Uma das chaves desse método é estabelecer categorias para saber em quais delas você gasta mais dinheiro
Imagem: Getty Images

O método

A tarefa pode ser bastante trabalhosa, especialmente no começo, mas esse também é um dos motivos do sucesso, dizem os especialistas.

Primeiro, você deve registrar suas despesas diárias (ou semanais, conforme achar mais confortável) em diferentes categorias. Por exemplo: renda (salário, rendimentos, pensões); despesas essenciais (moradia, transporte, alimentação, serviços domésticos e medicamentos); lazer (restaurantes, compras, academia etc) e extras (presentes, shows, viagens etc.).

Você pode estabelecer quantas categorias precisar e também usar cores diferentes, para torná-las visualmente mais atraentes. No fim do mês, é uma questão de subtrair: renda menos despesas. Simples, não é?

Mas isso não termina aqui, porque o kakebo é mais do que controlar o que você gasta, mas aprender a melhorar suas finanças.

O equilíbrio

A filosofia por trás do uso do kakebo é colocar ênfase em coisas que não podem ser dispensadas e aprender a se livrar daquelas que não são gastos essenciais.

Para fazer isso, quando chega o momento de avaliar quanto, como e com o quê gastamos o dinheiro, precisamos fazer um balanço respondendo a quatro perguntas-chave:

Quanto dinheiro você guardou?

Quanto dinheiro você gostaria de guardar?

Quanto dinheiro você está realmente gastando?

O que você mudaria no próximo mês para melhorar?

Os defensores do kakebo dizem que, por ser um método manual, te deixa mais consciente de onde você gasta o dinheiro e força a pensar sobre quais são os seus objetivos para a sua poupança ser mais eficaz. A margem de economia, ele escreve, pode chegar a 35% da renda.

Você se atreveria a tentar?

Kakebo 3 - Getty Images - Getty Images
A filosofia por trás do uso do 'kakebo' é colocar ênfase em coisas que não podem ser dispensadas e aprender a se livrar daquelas que não são gastos essenciais
Imagem: Getty Images