Coronavírus: quem está ganhando dinheiro com a epidemia
A disseminação do novo coronavírus tem causado um terremoto nos mercados globais nos últimos dias, mas algumas empresas têm, pela natureza de seus negócios, conseguido ir bem nas bolsas com a crise.
Entre elas, estão empresas que fabricam vacinas, desinfetantes e máscaras, mas também as que têm como foco os serviços remotos ou de entrega.
Laboratórios farmacêuticos e empresas de biotecnologia que estão realizando ensaios clínicos para desenvolver uma vacina específica contra esse vírus dispararam nas bolsas.
As ações da Inovio Pharmaceuticals dobraram de valor depois que a empresa anunciou que iniciará testes clínicos de sua vacina em humanos no próximo mês nos Estados Unidos.
As rivais da Inovio no setor são Moderna, Novavax, Gilead, AIM ImmunoTech e Vir Biotechnology.
Mas há outras empresas que se beneficiaram indiretamente da disseminação do vírus, como as provedoras de teleconferência, educação e entretenimento online, já que alguns países, como Japão e Itália, fecharam escolas e algumas empresas, como o Google e Twitter, pediram que seus funcionários trabalhem de casa.
Em diferentes partes do mundo, as pessoas optam por evitar locais públicos, à medida que os casos de pessoas infectadas (cerca de 90 mil no mundo) e as mortes (mais de 3 mil) aumentam, de acordo com o relatório mais recente da OMS (Organização Mundial de Saúde).
Para dar conta dessa nova realidade, a empresa de investimentos MKM Partners criou um "índice de ficar em casa", cujo objetivo é acompanhar a trajetória de empresas que se beneficiam da disseminação do vírus.
No entanto, mesmo as empresas que ganham com a crise da saúde não estão livres de turbulências repentinas, já que os desdobramentos da situação surgem a todo momento.
E nem o corte de meio ponto nas taxas de juros anunciado na terça-feira (3) pelo Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos, conseguiu reverter significativamente o pessimismo nos mercados.
Em meio à incerteza, segue uma lista de empresas que demonstraram uma tendência positiva.
As empresas que fornecem serviços de teleconferência, saúde e educação online foram beneficiadas.
Inovio: o valor de suas ações mais que dobrou desde o início da epidemia. Sua vacina, chamada INO-4800, foi desenvolvida usando DNA de vírus em vez do método tradicional que funciona com base em experimentos com vírus inativados.
Moderna: as ações subiram 42% quando a empresa anunciou o envio de uma vacina experimental contra o coronavírus ao Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas nos Estados Unidos para ensaios clínicos em seres humanos.
Novavax: quando relatou o progresso de sua pesquisa em busca de uma vacina há algumas semanas, suas ações subiram imediatamente 20%.
Regeneron Pharmaceuticals: trabalhando no desenvolvimento de um tratamento para o coronavírus, foi uma das empresas do índice S&P 500, de Wall Street, que teve um aumento de 10% no preço de suas ações na semana passada, enquanto o restante dos papéis caiu acentuadamente na pior semana dos mercados globais desde a crise de 2008.
Top Glove: maior fabricante mundial de luvas médicas.
K12: especializada em serviços de educação online para crianças. Na semana passada, suas ações registraram um salto de 19%.
Zoom Video: fornece serviços de videoconferência para empresas.
Teladoc: seu serviço é conectar pacientes e médicos online. Suas ações subiram quase 10% na semana passada e 50% até agora este ano.
Netflix: as ações da empresa registraram alta nos últimos dias. Até agora neste ano elas acumulam um aumento perto de 15%.
No índice "fique em casa", a MKM Partners incluía o Facebook, a desenvolvedora de videogames Activision Blizzard, a fabricante de equipamentos de ginástica Peloton e o serviço de entrega de alimentos GrubHub , além da Netflix e da Amazon.
Em um relatório, a empresa de investimentos diz que está prestando atenção aos produtos ou empresas que "poderiam se beneficiar potencialmente em um mundo de indivíduos em quarentena".
Os analistas do UBS Global Wealth Management publicaram que as empresas dedicadas ao comércio eletrônico ou à entrega de alimentos podem experimentar um aumento em seus usuários, pois as pessoas evitam sair de casa.
Vendas de desinfetantes para as mãos disparam
A demanda por desinfetantes para as mãos está aumentando em diferentes partes do mundo.
Segundo dados publicados na terça-feira pela empresa de pesquisa de mercado Kantar, as vendas de desinfetantes para as mãos no Reino Unido registraram um aumento de 255% em fevereiro em comparação com o mesmo mês do ano passado.
Nos Estados Unidos, a venda de desinfetantes para as mãos aumentou em 70%.
Algumas redes de farmácias americanas impuseram um limite de vendas de dois desinfetantes por cliente.
Os consumidores asiáticos também passaram a estocar produtos de higiene pessoal após o surto e na Itália, onde há mais de 2 mil casos, a venda de sabonetes disparou.
Por outro lado, as ações da empresa 3M, que fabrica máscaras entre outros produtos, tiveram comportamento irregular, apesar de o governo dos EUA ter anunciado um novo contrato com a companhia.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.