Coronavírus: Trump se diz 'muito feliz' após EUA baixar juros e lançar enorme programa de estímulo econômico
Os Estados Unidos baixaram para quase zero suas taxas de juros e lançaram neste domingo (15) um programa de US$ 700 bilhões, em uma tentativa de proteger a economia dos impactos do coronavírus.
A medida foi parte de uma ação coordenada anunciada neste domingo no Reino Unido, Japão, zona do euro, Canadá e Suíça.
Ao anunciar a medida americana, o Federal Reserve afirmou que "o surto prejudicou comunidades e interrompeu a atividade econômica em muitos países".
O presidente do Fed Jerome Powell concederá uma entrevista coletiva mais tarde neste domingo.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse neste domingo após o anúncio que o movimento do banco central americano o deixa "muito feliz".
O Fed cortou as taxas para um intervalo de 0% a 0,25%; as anteriores variavam de 1% a 1,25%. A autoridade também afirmou que irá começar a comprar títulos ? o chamado quantitative easing ? uma medida que injeta dinheiro diretamente na economia.
O banco central dos EUA já havia cortado os juros em uma reunião de emergência no dia 3 de março. Foi o primeiro corte fora de uma reunião normalmente agendada desde a crise financeira de 2008.
As bolsas em todo o mundo têm despencado em meio ao temor de que a paralisia econômica irá acabar com os lucros das empresas e dar início a uma recessão global.
Mas, em declaração divulgada hoje, o Fed afirmou: "O Federal Reserve está preparado para usar todas as suas ferramentas para apoiar o fluxo de crédito para residências e empresas e para promover ao máximo suas metas de emprego e estabilidade de preços".
Negativo para o vírus
No sábado, a Casa Branca confirmou que o presidente dos Estados Unidos, de 73 anos, testou negativo para o novo coronavírus.
"Uma semana após jantar com a delegação brasileira em Mar-a-Lago, o presidente continua sem apresentar sintomas", acrescentou o médico oficial da Casa Branca, Sean Conley.
O líder norte-americano foi submetido a exame após ter mantido contato com integrantes da delegação brasileira, inclundo o presidente Jair Bolsonaro, que esteve na Flórida há uma semana. O secretário especial de Comunicação Social da Presidência, Fábio Wajngarten, foi diagnosticado com o Covid-19.
Neste domingo, embora esteja em monitoramento recomendado pelo ministério da Saúde e ainda deva ser submetido a um segundo teste para a detecção do novo coronavírus, o presidente Bolsonaro deixou a residência oficial do Palácio da Alvorada e interagiu com manifestantes que o esperavam do lado de fora do Palácio do Planalto.
Bolsonaro estava separado de seus apoiadores por uma grade e cercado por integrantes de sua equipe. Ele esticou o braço para tocar nos manifestantes e manuseou o celular de alguns deles para fazer 'selfies'.
Medo da paralisia
No dia a dia, medidas de isolamento tomadas em alguns países e o medo do contágio afetaram fortemente o setor de turismo, com as companhias aéreas relatando perdas financeiras sem precedentes que as levaram a fechar rotas aéreas ou a operar voos "fantasmas" com quase nenhum passageiro.
Entre as medidas mais drásticas, os Estados Unidos anunciaram na quarta-feira a suspensão de "todas as viagens da Europa" para seu país por 30 dias. Exceção foi feita às partidas do Reino Unido.
Além disso, muitas empresas pediram que seus funcionários trabalhassem em casa, enquanto o fechamento de fábricas na China e em outros lugares causou problemas nas cadeias produtivas globais.
Nesse cenário, as empresas estão se preparando para relatar os resultados no vermelho, se o crescimento econômico estagnar. Com uma diminuição nos investimentos e menos consumo nas famílias, os efeitos econômicos da pandemia podem gerar um aumento no desemprego e estagnação na economia e nos salários.
"O coronavírus ameaça paralisar o crescimento global", disse Tom Orlik, economista-chefe da Bloomberg Economics, à BBC News Mundo na semana passada.
"Há um mês, o cenário mais provável parecia ser um grande surto limitado à China e a outros países que sofreram efeitos relativamente menores. Isso agora parece otimista demais", acrescenta ele.
Organizações internacionais também fizeram projeções considerando diferentes cenários, de acordo com a taxa de disseminação do vírus.
Na pior das hipóteses, o crescimento econômico mundial poderia cair para metade do que havia sido projetado (queda de 1,5%), segundo a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
A Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) alertou nesta semana que o custo da crise na receita global poderá chegar a US$ 2 trilhões.
E que a duração e a profundidade da crise dependerão de três fatores: até que ponto e com que rapidez o vírus se espalhará, quanto tempo levará para que uma vacina seja encontrada e qual será a eficácia dos governos na mitigação dos danos.
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