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Bitcoin: o que é e como funciona a moeda virtual

O Bitcoin, que já tinha chamado muita atenção com recorde de valorização em 2017, voltou a ter destaque: atingiu seu recorde histórico ao ultrapassar a marca dos US$ 20 mil (mais de R$ 100 mil) em dezembro de 2020 - Reuters
O Bitcoin, que já tinha chamado muita atenção com recorde de valorização em 2017, voltou a ter destaque: atingiu seu recorde histórico ao ultrapassar a marca dos US$ 20 mil (mais de R$ 100 mil) em dezembro de 2020 Imagem: Reuters

18/12/2020 06h27

O Bitcoin, que já tinha chamado muita atenção com recorde de valorização em 2017, voltou a ter destaque: atingiu seu recorde histórico ao ultrapassar a marca dos US$ 20 mil (mais de R$ 100 mil) em dezembro de 2020.

A moeda virtual ficou conhecida pela rápida valorização e também pelo potencial de controvérsia. O Bitcoin, como é chamado, existe exclusivamente online. E suas transações são feitas por meio da internet, em um ambiente codificado.

Em 2017, cada moeda chegou a valer mais de U$ 18 mil (R$ 59 mil, em valor da época). Agora, três anos depois, ultrapassou o valor de US$ 20 mil (o equivalente a mais de R$ 100 mil).

Mas afinal, o que é o Bitcoin e o que está por trás do alvoroço mundial em torno da moeda?

O que é o Bitcoin?

O Bitcoin é basicamente um arquivo digital que existe online e funciona como uma moeda alternativa. Nisso, ele se diferencia muito de moedas convencionais, como o dólar americano. Ele não é impresso por governos ou bancos tradicionais, mas criado por um processo computacional complexo conhecido como "mining" (mineração).

Todas as moedas e todas as transações feitas com elas ficam registradas na rede de internet - em um espaço conhecido como "blockchain", uma espécie de banco de dados descentralizado que usa criptografia para registrar as transações. Dessa forma, as transações não podem ser rastreadas.

E o Bitcoin não tem um "valor inerente": seu preço é determinado pelo quanto as pessoas estão dispostas a pagar por ela.

A falta de regulação é um dos principais pontos de preocupação em relação ao Bitcoin.

Especialistas também apontam que ele tem sido usado na deep web, que não pode ser acessada por um navegador de internet normal.

Volatilidade

Alguns analistas apontam que a pandemia covid-19 encorajou os investidores a reavaliar as perspectivas de longo prazo para o Bitcoin e outras criptomoedas.

Mas ainda existem preocupações sobre a negociação fraudulenta de criptomoedas após uma sucessão de invasão hacker de alto perfil.

Em tempos de volatilidade, os investidores tendem a retirar seu dinheiro das ações para o que são considerados investimentos mais seguros, como dinheiro e ouro.

Alguns acreditam que as criptomoedas agora estão sendo vistas como um abrigo contra a volatilidade do mercado de ações.

"Períodos de extrema aversão ao risco forçaram muitos negociantes a diversificar em Bitcoin", disse Edward Moya, da trading Oanda.

Uma atração do Bitcoin é seu suprimento limitado, que chega a 21 milhões.

O PayPal anunciou em novembro que seus clientes poderão comprar, vender e manter Bitcoins e criptomoedas usando suas contas, permitindo que os clientes comprem bens e serviços dos 26 milhões de vendedores que aceitam o PayPal.

No entanto, Shane Oliver, chefe de estratégia de investimento e economista-chefe da AMP Capital, alerta sobre os ricos do Bitcoin.

"Sua enorme volatilidade dificilmente o torna um porto seguro como reserva de valor. Tenho muito mais confiança na nota de US$ 50 em minha carteira, mantendo seu valor ao longo do tempo, do que no Bitcoin, que parece oscilar como um ioiô."

Como comprar Bitcoin?

Hoje existem centenas de diferentes tipos de criptomoedas, mas o Bitcoin ainda é a mais conhecida. Para recebê-la, o usuário deve ter um endereço de Bitcoin — uma série de até 34 letras e números. Esse endereço funciona como uma espécie de caixa postal através da qual as moedas são enviadas.

Não há um registro dos endereços, o que permite que usuários protejam seu anonimato.

Carteiras virtuais armazenam os endereços e podem ser usadas para gerenciar o dinheiro. Elas operam como contas de banco privadas - com o detalhe de que, se as informações são perdidas, as moedas referentes àquela carteira também se perdem.

* Esse texto foi publicado originalmente em dezembro de 2017 e atualizado em 17 de dezembro de 2020.