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Credit Suisse deve ser 'implacavelmente seletivo', segundo novo CEO

Jan-Henrik Förster e Jeffrey Vögeli

01/07/2015 15h43

(Bloomberg) - Estreando como CEO do Credit Suisse Group AG, Tidjane Thiam disse que planeja criar uma empresa com forte capitalização e transações mais ágeis.

Em um memorando enviado aos funcionários em seu primeiro dia no cargo, o ex-CEO da Prudential Plc disse que precisaria de alguns meses para entender a organização e as operações antes de apresentar seus planos para o segundo maior banco da Suíça neste ano.

"Devemos ser implacavelmente seletivos com o que fazemos e, igualmente importante, com o que não fazemos", disse Thiam, 52, no memorando, que foi visto pela Bloomberg e confirmado por um porta-voz do banco. "Escolher onde investir nosso capital e onde não investir será uma clara área de foco para mim nas próximas semanas e nos próximos meses".

O Credit Suisse recorreu a Thiam para substituir Brady Dougan, pois os investidores buscavam uma nova estratégia com a qual a empresa pudesse cortar a unidade de títulos para se concentrar na gestão da riqueza. Thiam, que nunca chefiou um banco, também terá que enfrentar uma brecha de capital que, segundo alguns analistas, poderia chegar a 13 bilhões de francos suíços (US$ 13,9 bilhões).

As ações do Credit Suisse tinham subido 3 por cento nesta quarta-feira no fechamento em Zurique para 26,46 francos. As ações do banco acumulam uma alta de 5,5 por cento desde o começo do ano, um crescimento inferior ao avanço de 19,9 por cento do UBS Group AG.

'Balanço forte'

O "histórico do banco com a alocação de capital e os custos tem contido materialmente as ações", disseram analistas do Morgan Stanley liderados por Huw Van Steenis, em uma nota publicada nesta quarta-feira. "Simplificando, o Credit Suisse tem bem mais da metade do seu capital alocado na unidade com os retornos mais baixos - seu banco de investimentos".

"É provável que Thiam impulsione o valor por meio de uma reestruturação obstinada", escreveram os analistas.

Thiam substitui Dougan na liderança um ano depois de o banco ter pagado uma multa de US$ 2,6 bilhões nos EUA por ajudar americanos a sonegar impostos. Ele disse aos funcionários que buscaria o conselho deles sobre como tornar o banco mais rápido e ágil sem deixar de operar com os mais elevados padrões éticos.

"Precisamos de um balanço forte que nos permita resistir à adversidade", disse ele. "Devemos ter um modelo de negócios que gere capital e estar fortemente capitalizados".

A formação de Thiam nos setores de consultoria e de seguros diferencia-o de seu antecessor, que ascendeu pelas filas do banco de investimentos. Também pode ser que sua experiência na Ásia, um importante mercado de crescimento para a divisão de gestão da riqueza do Credit Suisse, leve a empresa a se expandir na região, disseram analistas.

Título em inglês: 'Credit Suisse MuEst Be 'Ruthlessly Selective,' Thiam Says (1)'

Para entrar em contato com os repórteres: Jan-Henrik Förster, em Zurique, jforster20@bloomberg.net; Jeffrey Vögeli, em Zurique, jvogeli@bloomberg.net