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Céticos com dólar alimentam disputa por fatia do mercado de ETFs

Rachel Evans

07/01/2016 11h26

(Bloomberg) -- A trajetória do dólar está no centro da mais recente disputa por uma fatia do mercado americano de fundos negociados em bolsa (ETFs, na sigla em inglês), de US$ 2,1 trilhões.

A BlackRock Inc., maior gestora de ativos do mundo, e a WisdomTree Investments, cujo fundo Europe Hedged Equity absorveu mais dinheiro do que qualquer outro ETF nos últimos 12 meses, estão criando produtos que adotam uma abordagem flexível para mitigar a força do dólar na compra de ações internacionais.

Os fundos -- três da BlackRock e quatro da WisdomTree -- expandem ou contratam proteções para refletir movimentos do mercado, disseram porta-vozes das empresas. Todos começam a ser negociados nesta quinta-feira. As empresas já vendem fundos que visam à proteção plena da exposição cambial.

Os investidores estão reavaliando as expectativas para a valorização do dólar depois que a moeda ganhou força em relação a 16 de seus principais pares no ano passado.

Quase US$ 47 bilhões fluíram para produtos com hedge no período de 12 meses até dezembro porque as gestoras de recursos dos EUA procuraram refúgio para o avanço do dólar, o que pode reduzir o valor dos investimentos no exterior quando o dinheiro é repatriado.

Com a desaceleração dos aumentos do dólar nos últimos meses, o interesse nesses produtos diminuiu, encorajando as provedoras de ETF a inovarem.

Hedge benéfico

"Há alguns sinais que podem ajudar a prever quando o hedge é mais benéfico e quando é menos benéfico", disse Jeremy Schwartz, diretor de pesquisa da WisdomTree em Nova York, na quarta-feira.

"Essa nova família é um bom meio termo para obtenção de todos os principais benefícios da redução de risco do hedge cambial, mas com participação também nos ganhos quando você vê as moedas subindo".

Quanto maior o hedge, maior a proteção dos investidores contra os avanços do dólar.

A BlackRock, que tem sede em Nova York, determinará os hedges usando uma proporção que incorpora cálculos como impulso e volatilidade da moeda, disse a empresa em um comunicado à imprensa, na quarta-feira. Um fundo da zona do euro começará com um hedge de 50%, enquanto um ETF focado no Japão terá um hedge de 25%, disse Ruth Weiss, chefe de produtos para os EUA em São Francisco da iShares, uma unidade da BlackRock, por telefone.

Um terceiro fundo apontará para a Europa, o Japão e outros mercados desenvolvidos pontuais.

A WisdomTree se associou à Record Currency Management Ltd., uma gestora cambial com sede no Reino Unido que supervisiona mais de US$ 50 bilhões, para determinar as proporções de hedge, disse Schwartz. Seu fundo europeu estará 83% protegido no início, enquanto o produto para o Japão terá um hedge de 50%.

A WisdomTree também está criando um fundo internacional amplo e um fundo focado em empresas de baixa capitalização.

Consenso sobre o dólar

O euro deverá cair 2,7% em relação ao dólar até o fim de junho, enquanto o iene deverá perder 4,6% de seu valor, segundo a média das projeções dos analistas compiladas pela agência de notícias Bloomberg.

"Você está realmente tirando todo o trabalho de adivinhação da proteção cambial", disse Weiss, da BlackRock. "Se você for pensar para quem, idealmente, nós desenvolvemos esses fundos, é para alguém que quer essa exposição a médio e longo prazos para a ação sem ter que se preocupar em alternar entre ter ou não proteção ao longo do tempo".