China tenta estabilizar yuan e reduz oferta da moeda
(Bloomberg) -- A China intensificou sua defesa do yuan, comprando a moeda em Hong Kong e desencadeando um aumento recorde nas taxas do mercado monetário da cidade para deter os especuladores pessimistas.
O Banco Popular da China realizou repetidas intervenções no mercado offshore nesta terça-feira (12), segundo pessoas com conhecimento do assunto, após declarações de dois altos funcionários do governo com o intuito de respaldar a moeda, na segunda-feira. O yuan subiu 0,7% em relação ao dólar em Hong Kong, eliminando brevemente seu desconto em relação à taxa onshore pela primeira vez desde outubro. O custo para emprestar yuan overnight no mercado interbancário da cidade aumentou para 66,82% na segunda-feira, mais de cinco vezes a alta anterior, com as aquisições do banco central reduzindo a oferta da moeda.
Ao intervir no mercado de Hong Kong, o banco central está tentando limitar as apostas em uma rápida desvalorização e diminuir a diferença entre as taxas onshore e offshore -- uma condição para a entrada na cesta de moedas de reserva do FMI. Embora os esforços para estabilizar a taxa de câmbio possam diminuir as preocupações dos investidores em relação a um pouso forçado da economia do país, um aumento sustentado dos custos dos empréstimos offshore poderia minar os planos do Partido Comunista de transformar o yuan em uma importante moeda de financiamento nos mercados financeiros internacionais.
"O problema é que o yuan se transformou em uma aposta de uma via só, a desvalorização; essa é uma situação na qual nenhum banco central quer estar e não surpreende que tenhamos visto um aumento na intervenção", disse Sue Trinh, chefe de estratégia de câmbio para a Ásia do Royal Bank of Canada em Hong Kong. "Aqueles que aplicarem uma estratégia a descoberto em relação ao yuan offshore terão mais prejuízos a curto prazo".
Alta das taxas
A turbulência ressalta o desafio das autoridades chinesas em sua busca por internacionalizar o yuan e ao mesmo tempo manter algum controle sobre seu valor em meio a uma desaceleração econômica. Em Hong Kong, maior pólo de negociação offshore do yuan, os depósitos da moeda caíram 14% em relação a um recorde estabelecido em dezembro de 2014. A emissão dos chamados Dim Sum bonds -- notas denominadas em yuan vendidas fora da China -- caiu 38% no ano passado.
As apostas contra o yuan fracassarão e as previsões de uma grande desvalorização são "ridículas" porque as autoridades estão determinadas a garantir a estabilidade da moeda, disse Han Jun, vice-diretor do escritório do grupo de liderança central para assuntos financeiros e econômicos da China, na segunda- feira, em Nova York. Ele confirmou que o banco central interveio no mercado internacional de câmbio nos últimos dois dias para respaldar a taxa de câmbio.
O yuan subia 0,4% em Hong Kong, para 6,5842 por dólar, às 16h40, horário local. A moeda era negociada com um desconto de 0,15% em relação à taxa de Xangai, que perdeu 0,1% do valor. A intervenção do banco central chinês teve como objetivo manter uma moeda estável e evitar especulação e arbitragem, disseram pessoas com conhecimento do assunto, que pediram anonimato porque a medida não foi tornada pública.
Os custos dos empréstimos em yuan em Hong Kong deram saltos recorde nos casos dos prazos que vão até um ano. A Hong Kong Interbank Offered Rate para empréstimos de uma semana triplicou para 33,79%, enquanto a taxa de um mês deu um salto de cerca de 7 pontos percentuais, para 15,74%. Os aumentos tornam "a venda da moeda a descoberto muito cara no exterior", disse Eddie Cheung, estrategista de câmbio do Standard Chartered em Hong Kong.
As empresas que precisam do yuan para negócios e investimentos ainda conseguem financiamentos relativamente baratos no mercado onshore da China. As taxas de empréstimos interbancários em Xangai para períodos de até um mês estão todas abaixo de 3%, mostram as marcações mais recentes.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.