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Reformas provocarão 'revolução' no mercado hipotecário argentino

21/01/2016 16h01

Katia Porzecanski e Carolina Millán (Bloomberg) - O mercado hipotecário da Argentina terá um boom no governo do presidente Mauricio Macri, pois o banco central está trabalhando para reformar a economia, segundo o presidente do Banco Hipotecario.

O Banco Hipotecario, uma instituição estatal, dobrará os créditos para compradores de imóveis porque a demanda aumentará com uma moeda mais estável, disse Eduardo Elsztain em entrevista no Fórum Econômico Mundial em Davos, Suíça. O mercado hipotecário da Argentina estava inibido por uma inflação muito alta que tornava os bancos relutantes em aprovar empréstimos de longo prazo com taxas fixas e desencorajava os consumidores a tomarem dívida com taxa flutuante devido à preocupação com uma disparada dos custos.

Desde sua posse no dia 10 de dezembro, Macri promulgou muitas medidas com o objetivo de impulsionar uma economia estagnada e uma delas foi a livre flutuação da moeda após anos de controles estritos e de intervenção do banco central. O presidente do Banco Central, Federico Sturzenegger, anunciou no dia 14 de dezembro um plano para criar uma unidade contábil atrelada à inflação, semelhante à utilizada no Chile, para empréstimos de grande escala e também prometeu combater a inflação de dois dígitos.

"Essas medidas serão uma revolução para o mercado hipotecário na Argentina", disse Elsztain, que também é presidente da empresa imobiliária IRSA e da companhia agrícola Cresud SACIF. "Existe uma grande quantidade de argentinos que não teve acesso a hipotecas nas últimas três décadas. A margem para crescer neste mercado é enorme".

Uma campanha contra a inflação criaria oportunidades para que a classe média argentina tivesse acesso a hipotecas, disse ele. Normalmente, as compras de imóveis são feitas à vista e em dinheiro.

A assessoria de imprensa do BC disse que a unidade contábil atrelada à inflação ainda está sendo estudada e que não há data marcada para sua aprovação ou implementação.

Os novos responsáveis pela política econômica da Argentina, dentre eles Sturzenegger e o Ministro da Fazenda, Alfonso Prat-Gay, prometeram lutar contra os aumentos de preços. O Ministério da Fazenda apresentou metas de inflação na semana passada, dentre elas um plano para que os aumentos anuais dos preços ao consumidor desacelerem de uma taxa estimada de 27 por cento em 2015 para 5 por cento em 2019.

Título em inglês: 'Argentina Mortgage Market Set for 'Revolution,' Elsztain Says'

Para entrar em contato com as repórteres: Katia Porzecanski, em Davos, kporzecansk1@bloomberg.net; Carolina Millán, em Buenos Aires, cmillanronch@bloomberg.net

Tradução: Santiago Farrell Revisão: Adelina Chaves