IPCA
0,83 Abr.2024
Topo

Research Affiliates, da Pimco, vê negócio da década em emergentes

Ye Xie

25/02/2016 13h18

(Bloomberg) -- Os ativos de mercados emergentes estão tão baratos que podem ser "o negócio da década", segundo a Research Affiliates, uma subasessora da Pacific Investment Management, uma dos maiores gestoras de recursos do mundo.

Eles se unem a um número cada vez maior de investidores, entre eles BlackRock, Franklin Templeton e Goldman Sachs Asset Management, que estão adotando uma postura otimista a respeito dos mercados emergentes após três anos de mau desempenho. Como os custos de crédito estão nos níveis mais altos desde o pior momento da crise financeira global, os investidores em bonds estão sendo compensados por desafios que vão desde a queda de preço das commodities até a desaceleração econômica da China, disse a BlackRock na terça-feira.

"O êxodo dos mercados emergentes é uma oportunidade maravilhosa - e muito possivelmente a operação da década - para o investidor de longo prazo", disse Christopher Brightman, chefe de investimentos da Research Affiliates, no site da Pimco na quarta-feira. "Temos cada vez mais confiança no nosso posicionamento em ações e bonds de mercados emergentes".

Os títulos de mercados em desenvolvimento respondiam por 35 por cento do Pimco All Asset Fund e por 39 por cento do Pimco All Asset All Authority até o dia 31 de dezembro, segundo Brightman, que trabalha em Newport Beach, na Califórnia. Os dois fundos, administrados por Rob Arnott, que ajudou a fundar a Research Affiliates em 2002, tinham cerca de US$ 29 bilhões em ativos combinados no final de janeiro, mostram dados compilados pela Bloomberg.

'Excepcionalmente baratas'

Brightman disse que as ações de mercados emergentes estão "excepcionalmente baratas" depois do declínio de 30 por cento do MSCI nos últimos três anos.

Ele apontou que o múltiplo P/L de Shiller, uma medição do valor baseada na razão ciclicamente ajustada entre preço e lucros, caiu para 10 em janeiro. Ocorreram apenas seis quedas da medição para menos de dez pontos nos últimos 25 anos. Nos cinco anos seguintes, as ações tiveram um rali médio de 188 por cento, segundo Brightman, que administrava o fundo de doações da Universidade de Virginia antes de se unir à Research Affiliates, de Arnott.

O índice MSCI Emerging Markets tinha pouca oscilação às 9h07 em Nova York, nivelando sua queda em 7 por cento neste ano. O indicador opera a 1,3 vez os ativos líquidos, próximo do nível mais baixo em sete anos. Indicadores de referência para ações chinesas, brasileiras e russas operam abaixo do múltiplo P/B (valor de mercado/valor contábil).

A tática de ir contra a corrente não tem tido sucesso nos últimos anos, em parte porque os ativos em países em desenvolvimento continuaram caindo. O All Asset Fund, de US$ 20 bilhões, perdeu 11 por cento nos últimos doze meses até o dia 23 de fevereiro, em comparação com um declínio de cerca de 7 por cento no índice Standard & Poor's 500 com base nos retornos totais.

Ocorrência rara

As ações com desconto (value stocks) ficaram mais de 5 por cento ao ano atrás daquelas focadas no crescimento nos últimos três anos até 2015, algo que ocorre raramente desde 1997, segundo Brightman. Quando isso aconteceu, as ações corporativas relativamente mais baratas deram retorno de 6,7 por cento a mais por ano que as ações de crescimento nos três anos seguintes.

A história mostra que os preços dos ativos tendem a convergir para a média de longo prazo, estratégia perseguida pela empresa dele, disse Brightman.

"É uma manifestação de um princípio básico de nossa filosofia de investimento: a maior e mais persistente oportunidade ativa de investimento é a reversão da média de longo prazo", escreveu ele.