Pimco diz que Bill Gross sabia que perderia bônus de US$ 200 mi
(Bloomberg) -- Bill Gross foi alertado que perderia seu bônus se deixasse a Pacific Investment Management antes do fim do trimestre, disse a Pimco em um documento judicial, desafiando a acusação central de sua ação judicial contra seu antigo empregador buscando centenas de milhões de dólares.
"Ele não tinha contrato de trabalho e reconheceu que ao deixar a Pimco antes do fim do terceiro trimestre de 2014 não teria direito ao pagamento pelo participação de lucro que afirma que lhe é devida", disse a Pimco em documento judicial, na segunda-feira.
Em sua primeira resposta às acusações de Gross na ação que tramita no tribunal estadual de Santa Ana, Califórnia, a Pimco diz que o gerente de fundos se reuniu com o CEO Douglas Hodge e com o conselheiro-geral David Flattum em 25 de setembro de 2014, dia anterior à sua saída, e foi informado que não receberia o bônus se saísse. Ele deixou uma nota de renúncia manuscrita na manhã seguinte, segundo o documento.
"Bastante defensivo, nada remotamente novo", disse a advogada de Gross, Patricia Glaser, em resposta ao documento. "Estamos ansiosos pelo avanço do caso".
Gross deixou a Pimco após uma briga pública com outros altos executivos depois que resultados ruins do Pimco Total Return Fund, na época o maior fundo mútuo do mundo, levaram a uma enxurrada de resgates. O cofundador da empresa, que agora administra o Janus Global Unconstrained Bond Fund, de US$ 1,26 bilhão, entrou com processo um ano depois, afirmando que foi expulso para que a Pimco não tivesse que pagar a ele sua fatia de aproximadamente US$ 200 milhões de bônus e para que outros diretores-gerentes pudessem ampliar suas remunerações.
Nota manuscrita
Após a partida dele, os ativos sob gestão da Pimco, que tem sede em Newport Beach, Califórnia, caíram em mais de 20 por cento, para US$ 1,43 trilhão, no final de 2015. O principal fundo, o Total Return, encolheu para US$ 87,8 bilhões após atingir um pico de US$ 293 bilhões em 2013.
Gross deixou uma mensagem manuscrita "no meio da noite, antes de sair do escritório da Pimco pela última vez", dizendo que sua renúncia entrava em vigor em 26 de setembro de 2014, às 6h29 pelo horário do Pacífico, segundo o documento de segunda-feira.
"O senhor Gross encerrou sua carreira na Pimco sem aviso ou transição, desconsiderando o potencial impacto sobre clientes individuais ou institucionais cujos ativos ele tinha a responsabilidade de gerenciar", disse a empresa. "Ele deixou o escritório de Newport Beach da Pimco pela última vez sem dizer a ninguém que estava indo embora. Seus colegas de longa data souberam da saída do senhor Gross por meio de um comunicado à imprensa emitido por seu novo empregador, a Janus Capital Group, na manhã de 26 de setembro de 2014".
Além de Gross perder seu bônus por causa do momento da renúncia, a Pimco disse que ele não tem argumento para entrar com ação porque a empresa "teve um bom motivo para encerrar o vínculo com o senhor Gross com base na conduta dele", segundo o documento. A Pimco acusou Gross de "tentar sabotar as carreiras do ex-CEO e de outros funcionários de cuja lealdade suspeitava, tratando seus colegas de forma abusiva e ameaçando repetidas vezes demitir-se sem aviso prévio se as coisas não fossem do seu jeito".
Gross, 71, cuja fortuna líquida é estimada em quase US$ 2 bilhões, disse que doará qualquer ganho ou acordo proveniente da ação judicial à caridade.
A juíza da Corte Superior do Condado de Orange Martha Gooding decidiu em 14 de março que havia base legal para as alegações de Gross e que a ação poderia avançar. Gooding disse que Gross alegou fatos suficientes relacionados ao seu status "de fundador, à sua história de 40 anos, a um suposto histórico de sucesso e/ou fama gerado para a empresa, bem como a uma série de supostas promessas/garantias orais de continuidade do trabalho".
O caso foi intitulado Gross v. Pacific Investment Management Co., sob o número 30-2015-00813636, na Corte Superior da Califórnia, Condado de Orange (Santa Ana).
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