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BTG e Generali divergem sobre indenização ligada ao caso 1MDB

Cristiane Lucchesi e Sonia Sirletti

06/04/2016 10h36

(Bloomberg) -- O Grupo BTG Pactual e a seguradora italiana Assicurazioni Generali estão divergindo em relação a qual das empresas deve cobrir possíveis perdas do banco suíço BSI com os assuntos relacionados a um fundo da Malásia.

O BTG "notificou a Generali em uma carta que o banco tem o direito de receber indenização para cobrir possíveis perdas do BSI com o fundo estatal da Malásia", disse o BTG, que tem sede em São Paulo, em comunicado enviado por e-mail na terça-feira.

O BTG, que comprou o BSI da Generali no ano passado e o vendeu em fevereiro deste ano, não especificou um valor para a indenização, pois o valor das possíveis perdas ainda não foi conhecido.

O BSI, cuja unidade do BSI em Cingapura detinha contas do fundo 1Malaysia Development Bhd, conhecido como 1MDB, disse que está cooperando com os órgãos reguladores internacionais.

Autoridades de todo o mundo -- incluindo EUA, Luxemburgo, Suíça e Cingapura -- estão tentando determinar se alguns dos bilhões de dólares que o 1MDB levantou desde 2009 foram desviados para contas pessoais de indivíduos com ligações políticas.

A Generali não recebeu nenhum pedido do BTG que "se qualifique como um pedido indenizável em conformidade com os documentos da transação", segundo um porta-voz da seguradora com sede em Trieste, Itália.

A empresa está protegida por "diversas cláusulas contratuais, incluindo o dever do BTG de mitigar e uma franquia dedutível que pode limitar a capacidade do BTG de recuperar qualquer prejuízo", disse o porta-voz por e-mail.

Vendas de ativos

O CEO do BSI, Stefano Coduri, disse a investidores na semana passada que no contexto das questões que envolvem o 1MDB, o banco havia saído dos negócios na Malásia. Ele não deu mais detalhes, dizendo que "existem investigações oficiais" em curso.

O 1MDB e o governo da Malásia negaram qualquer irregularidade e o fundo diz que está colaborando com as autoridades.

O BTG está vendendo ativos após a investigação de corrupção que levou à prisão do fundador e ex-presidente do conselho do banco, André Esteves, em 25 de novembro. O bilionário foi liberado da prisão em dezembro e desde então está em prisão domiciliar. Por meio de seu advogado, ele negou irregularidades.

Em fevereiro, o BTG fechou a venda do banco privado suíço ao banco EFG International, com sede em Zurique.

O CEO do EFG, Joachim Straehle, disse em 22 de fevereiro que a proteção do banco para o negócio era "considerável". O diretor financeiro da empresa, Giorgio Pradelli, disse em 31 de março em uma conferência com analistas que o banco contava com fortes proteções legais e com uma quantidade "relevante" em juízo.