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Arábia Saudita escolhe JPMorgan para IPO da Aramco, dizem fontes

Ruth David, Dinesh Nair e Matthew Martinez

20/04/2016 12h01

(Bloomberg) -- O JPMorgan e Michael Klein, ex-executivo do banco de investimento do Citigroup que agora possui um negócio próprio, foram selecionados para assessorar a oferta pública inicial da estatal Saudi Arabian Oil, segundo pessoas informadas sobre o assunto.

Klein está fornecendo assessoria estratégica para o governo, enquanto o JPMorgan está trabalhando nos preparativos para o IPO e poderá estar entre os bancos que realizarão a subscrição da oferta, disseram as pessoas, pedindo anonimato porque os detalhes não são públicos. As deliberações ainda estão em fase inicial e nenhuma decisão final sobre o IPO foi tomada, disseram.

O príncipe Mohammed bin Salman, da Arábia Saudita, está trabalhando em um plano para listar as ações da Aramco, como a empresa é conhecida, na bolsa de valores do país já em 2017. A venda de ações poderia transformar a maior exportadora de petróleo do mundo na maior empresa de capital aberto, avaliada em trilhões de dólares.

Representantes da Aramco e do JPMorgan preferiram não comentar. Klein não respondeu imediatamente a um pedido de comentário enviado por e-mail.

O príncipe, que comanda o conselho supremo da Aramco, disse que a Arábia Saudita planeja vender uma participação de menos de 5 por cento na empresa. O fundo soberano de investimento da Arábia Saudita poderia receber US$ 106 bilhões em dinheiro com uma venda desse porte, segundo o Sovereign Wealth Fund Institute.

A venda de ações da Aramco faz parte da estratégia do príncipe de criar um fundo soberano de investimento que, no devido tempo, controlará mais de US$ 2 trilhões e ajudará a reduzir a dependência do reino em relação ao petróleo.

Empresa de Klein

Klein, 52, se transformou em uma força prolífica no setor de fusões e aquisições, oferecendo assessoria em alguns dos maiores negócios dos últimos anos. A M Klein & Co. foi a líder das assessorias da Dow Chemical em sua fusão com a DuPont, maior negócio da história do setor químico. Ele também atuou como intermediário dos CEOs na fusão da Glencore com a Xstrata, em 2012, disseram pessoas informadas sobre o negócio na época.

Ele conseguiu um lugar como um dos principais assessores da IHS, em cujo conselho havia atuado anteriormente, em sua aquisição da empresa de dados financeiros Markit, no mês passado. Quando a trader de commodities Noble Group enfrentou críticas à sua contabilidade e à queda de suas ações, no ano passado, o CEO Yusuf Alireza contratou Klein para analisar suas opções de financiamento e de investimento, disse uma pessoa informada sobre o assunto anteriormente.

IPOs sauditas

O JPMorgan foi o único assessor financeiro internacional no IPO de US$ 2,5 bilhões da Saudi Arabian Mining, em 2008. O banco, juntamente com o HSBC, também ajudou a organizar um empréstimo de US$ 10 bilhões para a Aramco no ano passado.

A Arábia Saudita anunciou 27 IPOs nos últimos cinco anos com um valor total de cerca de US$ 10,6 bilhões, segundo dados compilados pela Bloomberg. O maior, de longe, foi a estreia do National Commercial Bank, em 2014, que captou US$ 6 bilhões e foi a maior venda de ações do Oriente Médio.

Contudo, grandes negócios nem sempre se traduzem em honorários lucrativos, especialmente quando os governos vendem participações. Os bancos e as assessorias que trabalharam no IPO do National Commercial Bank receberam cerca de US$ 6,7 milhões em honorários, ou cerca de 0,1 por cento do valor da oferta. Como contraste, os bancos receberam globalmente, em média, 4 por cento do valor do IPO em honorários no ano passado, mostram dados da Bloomberg.

O apetite do investidor por IPOs tem sido menor neste ano devido à volatilidade nos mercados. Globalmente, as empresas captaram quase US$ 10 bilhões com as vendas de ações, contra cerca de US$ 54 bilhões em um período similar de 2015, segundo os dados.