Pemex busca parceiros diante da piora de problemas financeiros
(Bloomberg) -- Dois anos depois que o México aprovou reformas do setor de energia, o novo CEO da Petroleos Mexicanos está correndo contra o tempo para atrair parceiros que possam revitalizar suas refinarias deficitárias e resgatá-la de uma queda de 11 anos na produção de petróleo.
"Se a Pemex não encontrar parceiros no próximo ano, vamos estar em apuros", disse o CEO Jose Antonio González Anaya em uma entrevista na terça-feira na sede da Bloomberg em Nova York.
González Anaya está prometendo aos investidores e analistas que vão ouvir, até novembro, como ele pretende atrair companhias internacionais de petróleo para fazer parcerias com a problemática gigante do petróleo do México. Para conseguir financiamento a curto prazo, enquanto a empresa aguarda a formação de alianças, a Pemex vai voltar ao mercado de títulos para emitir cerca de US$ 1,5 bilhão este ano, disse ele.
A Pemex tem sofrido com a pior queda nos preços do petróleo em uma geração e um declínio na produção que já dura mais de uma década. González Anaya está lutando para cortar 100 bilhões de pesos (US$ 5,77 bilhões) de custos este ano para conter as perdas da empresa, que chegaram a US$ 32 bilhões no ano passado e vão continuar no primeiro trimestre. Para fazer isso, está procurando parceiros na "linha completa" dos negócios da Pemex, incluindo cerca de US$ 2 bilhões em negócios com empresas de private equity KKR & Co. e First Reserve.
Trazer parceiros pode incluir desistir de operar algumas de suas refinarias, que perdem 100 bilhões de pesos por ano, de acordo com González Anaya.
"Há um monte de coisas que, dentro das novas regras, não precisam necessariamente ser executadas pela Pemex", disse González Anaya em uma entrevista na TV Bloomberg com Erik Schatzker. Ele disse que a Pemex está aberta a ter um operador majoritário nas áreas upstream e downstream "em toda a estrutura", e já está em conversações com alguns potenciais parceiros.
A Pemex, que celebrou em 2013 a abertura do monopólio da produção de petróleo que o governo mantinha há muitos anos, ainda precisa capitalizar sobre a legislação que permite à empresa criar joint ventures para impulsionar a produção de petróleo em áreas onde não tem a capacidade técnica para isso, como em campos de águas profundas. Suas seis refinarias estão deterioradas pois a empresa está atrasada em sua manutenção e deixou de investir dinheiro suficiente para modernizá-las. Isso manteve o México dependente das importações de combustíveis, especialmente dos EUA
Os ganhos do primeiro trimestre da Pemex provavelmente serão "muito ruins", pela queda nos preços do petróleo do México durante os três primeiros meses do ano, disse González Anaya.
Injeção de Capital
O México anunciou em 13 de abril que daria à Pemex uma injeção de capital de 73,5 bilhões de pesos para saldar dívidas pendentes a fornecedores de serviços de petróleo e absorver um pouco das responsabilidades com pensões. A injeção acontece quando o spread entre a Pemex e a dívida soberana do México é o maior entre todas as empresas estatais de petróleo e os países que as controlam, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.
A finalidade da viagem de González Anaya, que foi acompanhado em Nova York pelo Diretor Financeiro Juan Pablo Newman e o ministro das Finanças, Luis Videgaray, era explicar os ajustes de orçamento de fevereiro e o recente pacote de ajuda do governo, disse ele.
Deficit é o alvo
Perguntado se será capaz de cumprir a meta de déficit financeiro para o ano estabelecida em 100 bilhões de pesos, González Anaya disse: "Sim. Vou tentar muito, muito chegar a isso".
As reuniões realizadas com os bancos e empresas de classificação de crédito marcaram a primeira vez em pelo menos três décadas que o ministro das Finanças do México e o diretor da Pemex realizam uma reunião conjunta com os investidores, disse González Anaya. A reunião foi usada para "enviar um sinal claro de que o governo nos apoia", disse ele.
"Vai levar algum tempo, infelizmente", disse González Anaya. "Vai ser um longo verão para a Pemex."
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.