Ouro é favorecido diante de possível aumento de juros do Fed
(Bloomberg) -- O ouro poderá subir para US$ 1.400 a onça no curto prazo e atingir US$ 1.800 até o final do ano que vem com os erros dos bancos centrais de todo o mundo, segundo o maior banco dos Emirados Árabes Unidos, que está assessorando seus clientes a manter 10 por cento de suas carteiras em ouro e comprar na baixa recente.
Um aumento prematuro dos juros pelo Federal Reserve pode provocar uma queda na inflação, um recuo do crescimento e uma volatilidade maior, fazendo os investidores se afastar dos ativos de risco, segundo Gary Dugan, diretor de investimento para gestão de patrimônio da Emirates NBD PJSC. Se o Fed errar ao promover o aperto, a fé dos investidores no dólar será prejudicada, impulsionando o lingote de ouro, disse Dugan, em entrevista à Bloomberg TV em Cingapura.
O ouro subiu 18 por cento neste ano com a demanda por um porto seguro porque os investidores duvidavam da resolução do Fed para atuar em 2016 em meio ao crescimento moderado. Ao mesmo tempo, os bancos centrais da Europa e do Japão adotaram ou aprofundaram taxas de juros negativas, desencadeando um debate entre os investidores sobre os limites da efetividade da política monetária. Nas últimas três semanas, o lingote de ouro perdeu valor com a reavaliação das chances de aumento dos juros nos EUA. Segundo Dugan, subir os juros neste momento pode ser um equívoco, porque falta firmeza às expectativas de inflação e a elevação poderia ser acompanhada por um corte logo na sequência.
'Perda de esperança'
"Se desistirmos dos bancos centrais, haverá uma espécie de perda de esperança", disse Dugan. Se o banco central dos EUA optar pelo aumento, "as pessoas dirão 'bem, talvez se houver um aumento nos juros seguido de um corte, que é o que está acontecendo em todas as outras partes no mundo, o ouro aparecerá como opção'".
O ouro era negociado a US$ 1.250,58 nesta segunda-feira após cair nas últimas três semanas em relação ao valor de US$ 1.303,82 alcançado em 2 de maio, nível mais elevado desde janeiro de 2015. O ouro ainda possui o segundo melhor desempenho entre os principais metais, atrás da prata, no Bloomberg Commodity Index, com um aumento de 26 por cento nos ativos em fundos negociados em bolsa. Os ativos foram ampliados nas últimas três semanas com a queda dos preços.
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