Bancos oferecem 23% a quem apostar na alta das ações chinesas
(Bloomberg) -- Apostar contra as ações chinesas ficou tão na moda que os bancos estão oferecendo taxas de retorno acima de 20% para quem estiver disposto a ficar do outro lado.
Esses ganhos potenciais, oferecidos por instituições como BNP Paribas SA e JPMorgan Chase & Co., vêm na forma de produtos estruturados vinculados ao CSOP FTSE China A50, um fundo negociado em bolsa, ou ETF.
Este ETF, que é um dos maiores no acompanhamento de ações do mercado doméstico chinês e é negociado em Hong Kong, é um dos alvos preferidos de fundos de hedge e outros especuladores que no mês passado elevaram as posições vendidas naquele mercado ao maior nível em um ano.
No caso do produto mais popular do BNP nessa categoria, o gestor compra cotas do CSOP e então empresta essas cotas a investidores que vendem a descoberto por uma taxa anual de até 5%.
O gestor também compra uma opção de compra do ETF e vende uma opção de venda. Se o ETF subir pelo menos 0,1% em 12 meses, os investidores recebem de volta o principal e uma compensação de 22% a 23%, mais qualquer retorno do ETF que supere esse patamar. Se o fundo cair, o principal diminui a uma quantia equivalente.
Potencial de ganho
O BNP vendeu mais de US$ 100 milhões em produtos estruturados vinculados principalmente ao CSOP nos últimos 10 meses a investidores que preferem ignorar as previsões pessimistas de ícones dos fundos de hegde como George Soros e Kyle Bass.
O índice Shanghai Composite caiu 49% entre o recorde de junho do ano passado e 28 de janeiro, mas desde então apresentou recuperação de 10%, em meio a especulações de que o estímulo monetário e a compra de ações por fundos estatais vão dar suporte ao mercado.
"Este produto é interessante porque o investidor só precisa acertar a direção para receber um retorno de 23 por cento", disse Etienne Grisey, responsável por estruturação de derivativos de ações na região Ásia Pacífico para o BNP. "Comparando com a compra do ETF, o potencial de ganho é muito maior."
A demanda por esses papéis é um dos raros sucessos dos produtos estruturados na Ásia. A venda de derivativos de ações na região, incluindo produtos estruturados, desabou 55% no primeiro trimestre em relação a um ano antes, de acordo com dados compilados junto a 12 bancos globais pela Coalition Development Ltd. O JPMorgan vendeu produtos similares envolvendo ETFs no começo deste ano, segundo Greg Yu, responsável no banco pelo marketing derivativos de ações na Ásia excluindo Japão.
Produtos ligados à China "são a única razão para os volumes não terem caído ainda mais", disse Amrit Shahani, um diretor de pesquisa da Coalition Development.
Todavia, há muitos fatores que podem levar à queda das ações chinesas. A economia mostra poucos sinais de recuperação após registrar a expansão mais lenta desde 1990 no ano passado.
Os lucros das componentes do Shanghai Composite recuaram 13% desde junho do ano passado, enquanto os calotes por empresas se espalham e o yuan está na menor cotação em cinco anos. A razão preço-lucro mediana nas bolsas do país é 60 - maior até do que o múltiplo das ações de tecnologia dos EUA no auge da febre das ponto-com, em 2000.
Já os otimistas ressaltam o espaço para estímulos adicionais e a presença de fundos estatais, que vêm comprando ações desde o meio do ano passado para estabilizar o mercado.
Outros potenciais catalisadores para ganhos incluem a decisão da MSCI Inc. neste mês sobre a inclusão de ações domésticas da China em seus índices internacionais e a antecipação da estreia de uma ligação entre as bolsas de Hong Kong e Shenzhen.
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