Ninguém quer ficar com a coroa que torna a Opep mais rica
(Bloomberg) -- Maior importador de petróleo do mundo. Esse é o título que ninguém quer.
Durante décadas os EUA tiveram direito indiscutível à coroa. No ano passado, a China passou à frente pela primeira vez em meio à demanda crescente, em um momento em que o aumento da produção de xisto dos EUA tomou o lugar das importações. A China parecia prestes a se tornar o centro do mundo da importação de petróleo.
Foi então que apareceu o petróleo a US$ 30. As empresas de exploração dos EUA desativaram a maior quantidade de sondas da história moderna, a produção começou a cair e as importações se recuperaram. As petroleiras chinesas também desativaram a produção e mantiveram o crescimento da demanda. Agora os dois países estão competindo ombro a ombro.
"Não acho que algum país queira ostentar que é o maior importador de petróleo do mundo", disse John Driscoll, estrategista-chefe da JTD Energy Services em Cingapura. "Quem fica mais nervoso com as reuniões da Opep? Quem está mais vulnerável a perturbações da oferta, à geopolítica ou ao nacionalismo de recursos?".
O único grupo sem motivos para desânimo é a Organização dos Países Exportadores de Petróleo, que necessita que os compradores absorvam o excesso de oferta que reduziu os preços pela metade em relação a dois anos atrás. O petróleo brent era negociado a US$ 47,93 o barril às 10h20, pelo horário de Londres.
Importações dos EUA
Os EUA importaram 8,04 milhões de barris de petróleo por dia em março, segundo a Administração de Informação de Energia (EIA, na sigla em inglês), maior total desde agosto de 2013 e cerca de 330.000 barris a mais que a China no mesmo período. A produção dos EUA caiu 5,9 por cento desde que atingiu o pico, em abril de 2015, e as empresas de exploração desativaram 80 por cento das sondas de petróleo do país desde outubro de 2014.
O aumento das importações dos EUA vem após anos de declínios devido ao aumento da produção do xisto. Enquanto isso, o crescimento econômico chinês multiplicou as importações por quatro desde o início de 2005, transformando o país no segundo maior consumidor do mundo. A China importou mais petróleo do que os EUA em um mês pela primeira vez em abril de 2015 e novamente em fevereiro.
A produção de petróleo da China teve a maior queda em 15 anos em maio em um momento em que produtoras como PetroChina e Cnooc reduziram a exploração dos campos deficitários. A produção doméstica menor aumentará a dependência do país em relação às importações do Oriente Médio e da Rússia, disse Gordon Kwan, chefe de pesquisa de petróleo e gás para a Ásia do Nomura Holdings em Hong Kong, por e-mail. Recentemente, a China também permitiu que refinarias independentes menores, conhecidas como "bules de chá", começassem a importar petróleo diretamente, criando novos compradores.
"Não vejo os EUA superando a China de forma consistente", disse Amrita Sen, economista-chefe de petróleo da Energy Aspects em Londres. "Especialmente porque a China agora tem uma demanda por petróleo sustentavelmente mais elevada das refinarias pequenas."
Para entrar em contato com o repórter: Dan Murtaugh em Cingapura, dmurtaugh@bloomberg.net, Para entrar em contato com os editores responsáveis: Telma Marotto tmarotto1@bloomberg.net, Daniela Milanese
©2016 Bloomberg L.P.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.