Morgan Stanley vê Índia menos atingida na Ásia por Brexit
(Bloomberg) -- A economia da Índia estará entre as menos atingidas da Ásia pela decisão britânica, em referendo, de deixar a União Europeia, devido à exposição relativamente baixa ao comércio com o Reino Unido, segundo o Morgan Stanley.
O impacto imediato da Brexit provavelmente será sentido em todo o canal financeiro, ou seja, na volatilidade da taxa de câmbio e nos fluxos do mercado de capitais, escreveram economistas do Morgan Stanley, entre eles Chetan Ahya, em Hong Kong, em um relatório.
Eles acrescentaram que projetam uma intervenção do Reserve Bank of India para reduzir as oscilações cambiais e a adoção de medidas pelo banco central para ampliar a oferta de dinheiro caso as saídas de recursos estrangeiros gerem uma menor liquidez.
A rúpia se mostrou estável na segunda-feira. O banco central teria vendido dólares por meio de bancos estatais, segundo três investidores que operam em Mumbai e pediram anonimato.
"A incerteza maior no ambiente externo devido ao referendo britânico deverá adicionar pressões negativas ao crescimento e à inflação na região", escreveram os economistas do Morgan Stanley no relatório de 26 de junho.
"Hong Kong, Cingapura e Malásia ficarão entre os mais expostos, enquanto as economias de Tailândia, Indonésia, Taiwan, Coreia e China estariam moderadamente expostas e Índia e Filipinas ficariam menos expostas em uma base relativa".
As exportações para o Reino Unido compreendem apenas 3,4% das vendas totais da Índia ao exterior, mostram dados do governo.
O ministro das finanças indiano, Arun Jaitley, recomendou que os investidores assustados com a Brexit coloquem seu dinheiro na Índia, ressaltando os fundamentos macroeconômicos do país asiático, incluindo "uma posição externa muito confortável, um comprometimento sólido como rocha com a disciplina fiscal e a inflação em queda".
Os mercados locais deverão sentir um "calmo ressurgimento" alguns dias após a Brexit, disse o presidente do RBI, Raghuram Rajan, na sexta-feira, após a queda de 1,1% da rúpia, a maior em 10 meses.
Menos impacto
Enquanto os investidores calculam a sombra lançada pela Brexit sobre os mercados emergentes, empresas de todos os setores, das fabricantes de veículos turcas às empresas de tecnologia indianas, além de uma produtora de platina sul-africana, ganharam os holofotes.
"A decisão do Reino Unido de deixar a UE provavelmente terá um impacto adverso sobre o crescimento da Índia por meio dos canais financeiro e de comércio", escreveram Ahya e seus colegas.
"Contudo, considerando a exposição direta menor em termos de exportações para o Reino Unido, esperamos que o impacto seja menor na Índia na comparação com outras economias mais abertas da região".
A rúpia subiu menos de 0,1% e fechou a 67,945 por dólar em Mumbai nesta segunda-feira, segundo preços de bancos locais compilados pela agência de notícias Bloomberg.
A moeda ainda apresenta o pior desempenho da Ásia neste ano, com uma desvalorização de 2,6%. Os títulos soberanos da Índia subiram, com uma queda de dois pontos-base do rendimento sobre as notas com vencimento em janeiro de 2026, para 7,46%.
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