Apocalipse pós-Brexit é adiado na Europa
(Bloomberg) -- A zona do euro está dando a volta por cima após o divórcio.
A confiança econômica da região formada por 19 países aumentou inesperadamente neste mês, indicando que o impacto imediato da decisão do Reino Unido, em referendo, de deixar a União Europeia pode ser suave. Não se pode dizer o mesmo do Reino Unido, onde o índice de sentimento da Comissão Europeia atingiu o menor nível em três anos e dois relatórios diferentes mostraram que as famílias britânicas estão preocupadas com a moradia e com as finanças.
Apesar de o Fundo Monetário Internacional ter alertado que os riscos de queda do crescimento global aumentaram significativamente após a decisão pelo Brexit, em todo o mundo há exemplos de autoridades de política monetária que não sucumbiram a esse tipo de pessimismo. O presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, disse que as primeiras estimativas de impacto econômico do referendo britânico precisam ser tomadas com um "pouco de cautela". São esperadas novas projeções para o crescimento e a inflação para setembro.
"O choque do Brexit será pior para o Reino Unido do que muitas pessoas parecem estimar", disse Adam Posen, ex-membro do comitê de política monetária do Banco da Inglaterra, que atualmente comanda o Peterson Institute for International Economics, em entrevista. "O impacto no restante da Europa será menos pior. Não será muito grande, de jeito nenhum".
Riscos menores
Nos EUA, o pessimismo em relação às consequências do Brexit não ganhou corpo entre as autoridades de política monetária. Menos de uma semana após os comentários de Draghi, na quarta-feira o Federal Reserve deu um passo em direção ao aumento das taxas de juros no fim deste ano, pontuando que "os riscos imediatos para a perspectiva econômica diminuíram".
Os números que mostram a melhora do sentimento na zona do euro não foram a única boa notícia da semana para a região. O desemprego caiu na Alemanha e na Espanha e, além disso, a maior economia da Europa viu a confiança empresarial sofrer apenas um leve impacto com o resultado do referendo britânico.
Na Itália, o otimismo entre consumidores e fabricantes melhorou. O resultado veio após a alta de um indicador do sentimento empresarial na França, na semana passada.
"Em face disso, muitas pesquisas empresariais parecem estar em uma alta bastante resiliente até o momento", disse Nick Kounis, chefe de pesquisa macroeconômica do ABN Amro em Amsterdã. "Até aí tudo bem, mas os indicadores de expectativas de uma série de pesquisas se deterioraram mais significativamente. Isto poderia afetar os indicadores de atividade com o tempo".
No relatório da Comissão, o sentimento da zona do euro melhorou na maioria dos setores em julho, e o indicador industrial subiu ao nível mais alto desde dezembro. Os consumidores se mostraram menos otimistas do que em junho.
A Comissão ressaltou o indicador do Reino Unido, dizendo que o declínio do índice global da UE se deu principalmente devido à "notável piora" do sentimento no Reino Unido.
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