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Yuan passa do pânico de desvalorização à queda estável

Kyoungwha Kim

09/08/2016 13h12

(Bloomberg) -- Um ano depois de a China enervar os mercados desvalorizando sua moeda, o banco central do país parece estar firme de volta ao controle.

Embora o yuan tenha mantido o declínio em relação ao dólar e a uma cesta de moedas de parceiros comerciais, o pânico dos investidores se dissipou. Os traders de opções apresentam o menor pessimismo em relação ao yuan em quase dois anos, as saídas de capital perderam força e um indicador de volatilidade atingiu seu menor nível desde novembro.

Os investidores globais ficaram menos preocupados em relação ao yuan mais fraco porque o banco central da China melhorou sua comunicação e interveio no mercado para evitar uma espiral de depreciação e saídas de capital. O Banco Popular da China parece ter restaurado a estabilidade antes da inclusão do yuan na cesta de moedas de reserva do Fundo Monetário Internacional, mas a intervenção teve um custo: a participação do yuan nos pagamentos globais atingiu o menor nível em quase dois anos em junho.

"O governo e o banco central chinês darão seu melhor para ter uma taxa de câmbio estável e qualquer desvalorização que promoverem será gradual", disse Mark Mobius, da Templeton Emerging Markets Group, em entrevista. "A volatilidade será evitada a todo custo".

A queda de 1,8 por cento do yuan em 11 de agosto do ano passado, em Xangai, foi a maior queda da moeda em duas décadas e repercutiu nos mercados globais. Embora o pânico tenha diminuído duas semanas depois que o banco central chinês interveio por meio de agentes bancários e sinalizou que o yuan havia caído o suficiente, o banco central estimulou novamente o medo de uma guerra cambial em janeiro deste ano ao reduzir a taxa de referência do yuan por oito dias seguidos.

O ritmo dos declínios diminuiu desde então e o impacto nos mercados internacionais se tornou insignificante. Embora o yuan esteja a 1 por cento do menor valor em cinco anos em relação ao dólar, o S&P 500 Index atingiu uma alta histórica.

Os traders reduziram as apostas na depreciação. O custo extra das opções de três meses para vender o yuan contra o dólar em Hong Kong em relação aos contratos de compra atingiu, no mês passado, o menor nível desde setembro de 2014. O banco central chinês gerou a especulação de que defenderá os níveis determinados fixando uma série de taxas de referência mais fortes em julho, depois que a moeda caiu para menos de 6,7 por dólar pela primeira vez desde 2010.

Os esforços da China para limitar as saídas de capitais também estão compensando. As reservas internacionais do país apresentavam pouca mudança em julho porque o banco central queimou uma quantia menor para defender sua moeda. O yuan deverá cair mais 1,3 por cento até o fim do ano, segundo estimativas de analistas compiladas pela Bloomberg.