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Mais velhos que jovens: a praga populacional que assola o globo

Sunny Oh

11/08/2016 11h24

(Bloomberg) -- O fenômeno é conhecido como reversão histórica e parece ser irreversível: é quando, em determinados lugares, os idosos superam as crianças em número.

O que começou em 1995 em um único país, a Itália, se espalhará até 2030 para 56 nações e para economias tão diversas quanto Nova Zelândia e Geórgia. Estas são as conclusões de Joseph Chamie, que estudou os padrões populacionais por 25 anos na Organização das Nações Unidas, em Nova York, e agora é pesquisador independente.

O ex-chefe de demografia da ONU comparou projeções de populações de crianças com menos de 15 anos com aquelas de pessoas com 65 anos ou mais. Não são apenas países industrializados, como Japão e Alemanha, que estão sucumbindo à maldição da idade. O ponto de inflexão ocorrerá em 2020 em Cuba e na Coreia do Sul e, cinco anos depois, na Tailândia e nos EUA. Por volta de 2075, a população global como um todo deverá superar a marca demográfica.

Chamie se refere a esta situação como "um salto das lojas de brinquedos para os asilos".

Embora a perspectiva de vida mais longa seja algo positivo, os problemas surgem quando a força de trabalho cada vez menor não é capaz de fazer frente aos gastos das aposentadorias. Há diversas décadas, podemos ter tido cerca de 10 trabalhadores por aposentado, mas esta proporção pode diminuir até o ponto, na Itália, por exemplo, de três trabalhadores por aposentado. Embora as escolhas políticas sejam desagradáveis -- aumentos de impostos ou cortes de benefícios --, os governos estão ficando sem tempo para agir.

"Não se pode anular a lei da demografia", disse Chamie.