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Pokémon Go? Exército de Israel adota óculos de RA da Microsoft

Gwen Ackerman e Dina Bass

15/08/2016 14h38

(Bloomberg) -- Se tem algo que o Pokémon Go conseguiu foi mostrar ao mundo que as tecnologias de realidade aumentada (RA) estão prontas para o grande público. O Exército de Israel acredita que a RA está pronta para outra finalidade: treinamento para o campo de batalha.

O Departamento de Sistemas C2 do Exército Israelense adquiriu recentemente dois óculos HoloLens da Microsoft. O comandante do principal departamento de programação, major Rotem Bashi, pretende desenvolver a tecnologia para melhorar a estratégia do campo de batalha e treinar pessoal de campo. Ele pretende colocar os HoloLens na ativa em poucos meses.

"Nós conectamos todos os tipos de tecnologias e conceitos inovadores que vêm do mundo civil e tentamos adaptá-los o mais rapidamente possível ao uso militar", disse Bashi.

O HoloLens é a aposta da Microsoft para liderar o mercado de realidade aumentada, no qual imagens 3D são misturadas à visão real do usuário. Diferentemente do Pokémon Go, ou de algumas aplicações da realidade virtual em jogos e entretenimento, o foco inicial da Microsoft com o HoloLens está voltado principalmente aos usos corporativo e acadêmico -- desde faculdades de medicina que desejam cadáveres holográficos até empresas de arquitetura que ajustam planos de construção em 3D. A empresa começou a enviar as encomendas da edição dos óculos de US$ 3.000 para desenvolvedores em março.

Aplicações em campo

Na base militar localizada nos arredores de Tel Aviv, alguns desenvolvedores da equipe de Bashi criaram em menos de um mês um software que permite que os comandantes manipulem modelos de terreno militar e informações de inteligência para monitorar o posicionamento da tropa do ponto de vista do inimigo. Os mapas do campo de batalha são sobrepostos ao terreno real, transmitidos por meio de satélite, para criar uma combinação com a qual se possa interagir por meio da visão, da voz e de gestos com as mãos.

A unidade está, agora, buscando formas de permitir que médicos portando HoloLens operem feridos com instruções simultâneas de cirurgiões treinados e que soldados em combate consertem defeitos em equipamentos. Esta finalidade está muito distante do arremesso de Pokébolas em Pidgeys e Rattatas no Pokémon Go, mas se baseia em princípios semelhantes.

Além de adaptar o HoloLens à vida militar, a unidade de Bashi está trabalhando em um produto que entregará ao quartel-general um relatório on-line sobre o estado psicológico de um combatente no campo.

"Em resumo, o mundo está caminhando nessa direção", disse Bashi. "Queremos entender como desenvolver esse tipo de aparelho e descobrir como ele pode nos impactar enquanto exército".