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Veterano chinês alerta para risco ao minério após queda do aço

Jasmine Ng

25/08/2016 09h05

(Bloomberg) -- A produção de aço da China, maior fornecedora do mundo, provavelmente cairá neste ano e encolherá ainda mais em 2017 com a desaceleração da demanda local, afetando a perspectiva para o minério de ferro, segundo Li Xinchuang, vice-presidente do conselho da Associação de Ferro e Aço da China (Afac).

"Haverá declínios significativos nos próximos três meses", disse Li, que é também reitor do Instituto de Pesquisa e Planejamento da Indústria Metalúrgica da China. "Se o consumo e a produção de aço estão por cair, então definitivamente haverá menos demanda pelo minério de ferro", disse Li em entrevista por telefone, na quarta-feira.

O grande parque siderúrgico da China, que responde por metade do aço do mundo, esteve mais ocupado do que nunca em junho, em uma base diária, porque a demanda local se manteve firme e as exportações foram sustentadas a níveis quase recorde. Contudo, a produção deste ano, até o momento, continua mais baixa do que em 2015 e a perspectiva de Li sugere uma fragilidade futura maior. A produção de aço deste ano continuará caindo em relação à do ano passado, segundo Li, que tem mais de 30 anos de experiência no setor.

"Nossa estimativa original era de declínio de 3 por cento neste ano", disse ele, de Pequim. "Vendo como as coisas se saíram neste ano, penso que o declínio da produção poderia ser menor que o antecipado, mas a tendência de queda permanece inalterada". Ele acrescentou: "O minério de ferro deve ter uma tendência de baixa e não de alta".

Rali do ferro

O minério de ferro com 62 por cento de conteúdo entregue a Qingdao caiu 0,4 por cento nesta quinta-feira, para US$ 61,44 a tonelada, reduzindo o ganho deste ano a 41 por cento, segundo a Metal Bulletin. Os preços do aço também caíram. O vergalhão reduziu seu avanço de 2016 em Xangai a 44 por cento após uma sequência de cinco declínios anuais.

A perspectiva de Li de queda do minério de ferro bate com o coro de previsões de bancos como o Citigroup e o UBS de que os preços deverão cair, com o Morgan Stanley mirando um retorno para US$ 40 a tonelada neste semestre. Entre os motivos citados estão o enfraquecimento da demanda, aliado ao aumento da oferta de minas de baixo custo.

"Os volumes anuais provavelmente continuarão acima de 100 milhões de toneladas, mas nós passamos o período de alto crescimento", disse Li, cujo instituto assessora o governo e as siderúrgicas. "Com a contração da demanda pelo aço e a desaceleração do crescimento das exportações, como a produção de aço poderia aumentar? Isso é bastante improvável."