Correção: Euforia com impeachment no Brasil cega operadores
(Bloomberg) -- As finanças das empresas brasileiras estão se deteriorando rapidamente, mas seus títulos entregam aos investidores alguns dos retornos mais impressionantes dos mercados emergentes.
A incongruência ressalta como a euforia desencadeada pelo esforço para cassar a presidente Dilma Rousseff tem mascarado os problemas de solvência das empresas do país. A S&P Global Ratings agora atribui perspectiva negativa para os ratings de mais de 60 por cento das empresas tomadoras de empréstimos do Brasil, taxa mais alta em uma década.
Isso não impediu os investidores de adquirirem notas de empresas como Petrobras e Vale apostando que o presidente interino, Michel Temer, alavancará o crescimento da maior economia da América Latina. Os títulos deram retorno de 23 por cento neste ano, quase duas vezes a média dos mercados emergentes. Os senadores decidirão sobre o impeachment de Dilma em votação nesta semana, mais de três meses após o afastamento temporário da presidente por suposta maquiagem dos números do orçamento.
"Existe uma desconexão entre o comportamento dos índices no Brasil e a nossa análise de crédito fundamental para as corporações do país", disse Yann Le Pallec, chefe global de títulos corporativos da S&P.
Oito das 21 empresas de mercados emergentes que deram calote em títulos neste ano são brasileiras, acrescentou. "Trata-se de um número revelador sobre a magnitude dessa crise".
Embora as empresas do país tenham visto seus custos de crédito caírem em meio ao rali, elas ainda precisam lidar com a recessão mais longa em mais de um século e a perspectiva de aumento da taxa de juros dos EUA pode fazer os investidores tirarem seu dinheiro dos mercados emergentes, segundo Le Pallec.
David Tawil, da Maglan Capital, reconhece que os ativos brasileiros podem estar vulneráveis a uma forte queda na eventualidade de alta dos juros pelo Federal Reserve. Contudo, os ativos de alto rendimento do país são difíceis de ignorar em um momento de predomínio de taxas de juros baixas em muitos países desenvolvidos, disse ele.
"Se você é um grande investidor global, você precisa colocar o dinheiro para trabalhar na América Latina", disse Tawil, presidente e cofundador da Maglan, que tem sede em Nova York. "Poucos lugares oferecem rendimentos tão elevados com relativa segurança e suficiente profundidade de mercado".
(Corrige nome de David Tawil, que estava com a grafia errada.)
Para entrar em contato com o repórter: Aline Oyamada em São Paulo, aoyamada3@bloomberg.net, Para entrar em contato com os editores responsáveis: Telma Marotto tmarotto1@bloomberg.net, Patricia Xavier
©2016 Bloomberg L.P.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.