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Pimco e Goldman divergem em relação a aumento de juros nos EUA

Kevin Buckland e Lilian Karunungan

29/08/2016 11h58

(Bloomberg) -- O discurso da presidente do Federal Reserve, Janet Yellen, na sexta-feira, foi hawkish o bastante para que o Goldman Sachs aumentasse as probabilidades de um aumento da taxa de juros em setembro, mas a Pacific Investment Management Co. afirmou que não havia nada digno de nota nas declarações dela.

Os operadores de títulos concordam com o Goldman Sachs. A probabilidade implícita no mercado de adoção de alguma medida no mês que vem aumentou depois que Yellen disse, na conferência Jackson Hole, em Wyoming, que as bases para ajustar a política monetária se fortaleceram. O banco dos EUA atualmente coloca a "probabilidade subjetiva" de movimento em setembro em 40 por cento, contra 30 por cento anteriormente, escreveram economistas liderados por Jan Hatzius, em nota, após o discurso.

Os futuros do Fed indicam uma chance de 42 por cento de o banco central elevar os juros no mês que vem, contra 22 por cento em 19 de agosto e zero no final de junho, após a decisão do Reino Unido, em referendo, de deixar a União Europeia. As probabilidades de aumento em dezembro subiram para mais de 60 por cento, contra 8 por cento em 27 de junho, segundo dados futuros compilados pela Bloomberg. O cálculo pressupõe que a taxa efetiva do Fed ficará em uma média de 0,625 por cento após o próximo aumento do banco central.

Os analistas da economia dos EUA estão voltando sua atenção ao relatório de empregos do fim desta semana em busca de sinais de força sustentada no mercado de trabalho.

"Tenho certeza de que Jackson Hole é um cenário encantador para essa conferência anual, mas a presidente do Fed não queria gerar nenhuma notícia real e conseguiu", escreveu Richard Clarida, assessor estratégico global da Pimco, que tem sede em Newport Beach, Califórnia, em nota a clientes. As declarações de Yellen não lançaram nenhuma luz sobre "o caminho a curto prazo da normalização das taxas de juros e a estrutura de meta de inflação do Fed a longo prazo", disse ele.

Títulos do Tesouro

O rendimento das notas do Tesouro com vencimento em dois anos apresentava pouca mudança, em 0,83 por cento às 9h25 de segunda-feira em Nova York, segundo dados da Bloomberg Bond Trader. A nota com rendimento de 0,75 por cento e com vencimento em agosto de 2018 estava 99 26/32. Anteriormente o rendimento subiu para 0,85 por cento, nível mais alto desde 3 de junho.

As notas com vencimento em dois anos são relativamente mais sensíveis à perspectiva para a política monetária do que os títulos de vencimento mais longo.

Como os traders estão ampliando as apostas em um aumento nos juros em 2016, o salto nos rendimentos sobre vencimentos mais curtos superou o de dívidas de prazo mais longo. Como resultado, o yield extra que os títulos de 30 anos oferecem sobre notas de dois anos encolheu para 1,41 ponto percentual e caminha para o nível de fechamento mais baixo desde o fim de 2007. O rendimento dos títulos de 30 anos caiu quatro pontos-base, ou 0,04 ponto percentual, para 2,25 por cento.

A nota de 10 anos de referência dos EUA caiu três pontos-base, para 1,6 por cento.