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Baixo investimento no G-7 diverge de esforço de bancos centrais

Greg Quinn

30/08/2016 14h46

(Bloomberg) -- Um dos grandes motivos pelos quais a economia global está patinando é a avareza de alguns dos governos mais ricos do mundo.

Os governos do Grupo dos Sete vêm reduzindo seus gastos com investimentos desde o breve aumento ocorrido após a consolidação da crise financeira global. Enquanto fatia do produto interno bruto do grupo, esses gastos foram de 3,3 por cento no primeiro trimestre, igualando o nível mais baixo desde 2000 e ficando abaixo dos 4 por cento do início de 2009, segundo números calculados pela Oxford Economics.

A relutância em gastar em infraestrutura de longo prazo é notável em um momento em que os bancos centrais e os economistas debatem ideias que vão desde o "dinheiro de helicóptero" até metas de inflação mais elevadas para neutralizar o risco de estagnação a longo prazo. Os bancos centrais da Europa e do Japão ainda estão comprando títulos para combater os riscos de deflação na expectativa de que as empresas privadas usem as taxas de juros de longo prazo para tomar empréstimos para seus próprios investimentos e para a contratação de projetos.

"Há um forte argumento a ser feito de que as economias do G-7 deveriam promover estímulos fiscais 'como precaução', centrados no gasto com investimentos", disse Oren Klachkin, economista sênior da Oxford Economics em Nova York, por e-mail. "Isso poderia estimular o crescimento da produtividade, que está ruim, um problema que atinge muitas economias avançadas".

O aumento do investimento dos governos em 1 por cento do produto interno bruto ao longo de dois anos poderia elevar a produção em uma economia do G-7 entre 0,6 por cento e 1,4 por cento em 2017, segundo cálculos da Oxford Economics. O poder de um movimento coordenado seria ainda mais forte e poderia se pagar, em grande parte, quando as receitas com produção e impostos aumentarem.

Esse tipo de medida poderia aliviar a pressão que recai sobre os bancos centrais e até mesmo convencer os CEOs globais de que esse é um bom momento para também abrirem suas carteiras.