Imitações chinesas do Netflix gastam bilhões para obter público
(Bloomberg) -- Soldados que saqueiam tumbas e vilões da corte imperial estão à frente da última batalha dos gigantes chineses da internet, que estão injetando bilhões de dólares em novos conteúdos digitais para criar a resposta do país ao Netflix.
Plataformas de streaming da Baidu, da Alibaba e da Tencent Holdings, além de mais de uma dezena de outras, disputam o domínio de um setor que, segundo projeções, crescerá quase 30% por ano até 2020. Antigamente se pensava que vídeos parecidos com os do YouTube e alguns episódios pirateados de programa de TV bastavam para atrair o público web, mas agora esses espectadores estão buscando -- com disposição para pagar até 19,80 yuans (US$ 2,95) por mês cada -- personagens mais atraentes em programas e filmes originais feitos profissionalmente.
A busca por conteúdos gerou um duelo de criação caro -- e, até agora, não lucrativo -- para as empresas de internet. Elas compraram estúdios, direitos de distribuição e roteiros intrincados para atrair os clientes de streaming que, segundo previsões da IHS Markit, gastarão 16 bilhões de yuans anualmente em assinaturas até 2020.
Acordo com Spielberg
A Alibaba intensificou a concorrência na semana passada, quando o fundador Jack Ma e Steven Spielberg anunciaram que suas empresas vão produzir e financiar filmes juntas, para aproveitar o que Ma descreveu como "uma crescente demanda por conteúdos internacionais de primeira linha" entre os consumidores chineses.
A plataforma on-line de vídeo iQiyi, que a Baidu detém 80,5%, investirá pelo menos 10 bilhões de yuans em conteúdos no próximo ano.
"Meu chefe sempre fala que não há limites", disse Emily Dai, que dirige a equipe que produz os programas originais da iQiyi, em entrevista. "Fazemos pelo menos 30 programas por ano. Então, desde que consigamos encontrar programas bons, podemos financiar todos eles."
Entre seus maiores sucessos estão "The Mystic Nine", um seriado sobre soldados chineses que violam tumbas nos anos 1930 e desvendam mistérios sobrenaturais, que captou mais de 10 bilhões de espectadores, e a distribuição exclusiva na China do premiado drama coreano "Descendants of the Sun".
Um dos programas mais populares no ano passado foi "Lang Ya Bang", ou "Nirvana in Fire", um seriado de 54 capítulos que retrata a guerra entre as dinastias feudais Wei do Norte e Liang do Sul no século 6.
A Heyi Pictures, subsidiária da Youku Tudou, pretende investir em 15 a 20 programas no próximo ano, de acordo com o presidente Liu Kailuo, e a Tencent Pictures anunciou mais de 20 novos projetos de filmes e seriados em um evento recente em Pequim.
Motor do tráfego
O investimento em conteúdo não deve diminuir em breve nas maiores empresas chinesas de tecnologia, disse Michelle Ma, analista de internet e telecomunicações da Bloomberg Intelligence em Hong Kong.
"[Esse investimento] tem uma importância estratégica muito grande para elas e está extremamente integrado a seus serviços", disse ela. "Os vídeos são o motor do tráfego internacional. É o que as pessoas atualmente fazem na internet e nos aparelhos móveis. Tudo isso se trata de dar aos usuários o que eles querem."
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