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Streaming ao vivo será destaque na cobertura da eleição dos EUA

Lucas Shaw

08/11/2016 13h04

(Bloomberg) -- Aqueles que acompanham política de perto e costumam recorrer ao Twitter para saber os resultados da eleição dos EUA terão uma nova opção em relação a quatro anos atrás: poderão clicar para ver um programa ao vivo da sede do BuzzFeed News, em Nova York.

Os repórteres Adrian Carrasquillo e Tracy Clayton cobrirão a decisão da disputa entre Hillary Clinton e Donald Trump em parceria com o Twitter. Colegas de Londres e de Los Angeles participarão com comentários em um formato mais relaxado do que o que as pessoas veriam na CBS ou na CNN. "Nunca fizemos nada como isso antes", disse Ben Smith, editor-chefe do BuzzFeed News.

Haverá muitas iniciativas do tipo quando as urnas forem fechadas. "Ninguém fazia transmissões ao vivo pela internet até recentemente", disse Steve Oh, diretor de negócios da The Young Turks, dona de um dos canais de notícias mais populares do YouTube, que começou seu streaming de vídeo ao vivo sobre as eleições às 10 da manhã, pelo horário de Los Angeles.

Na noite da eleição o YouTube oferecerá feeds das empresas NBC News, PBS, MTV News, Bloomberg, Telemundo e The Young Turks, que também fez streaming ao vivo na eleição presidencial anterior.

A Complex News realizará um programa ao vivo sobre os resultados da unidade de produção do YouTube em Nova York. A revista digital Ozy transmitirá um programa com convidados como Danai Gurira, de "The Walking Dead", o senador republicano John McCain, do Arizona, e Chance the Rapper.

Tempo ao vivo

Quanto ao BuzzFeed, que tem orquestrado vários programas no Facebook e no Twitter, sua cobertura na noite da eleição de 2016 está prevista para durar mais de cinco horas e será o streaming ao vivo mais longo de sua história.

O BuzzFeed fez parceria com o Twitter porque, apesar de todas as suas dificuldades, a plataforma continua sendo o melhor lugar para manter um debate de alto nível durante eventos importantes, disse Smith. "A TV a cabo se resume, muitas vezes, à leitura de tuítes. Queremos participar dessa conversa."

Empresas de notícias sedentas por receita investiram milhões na produção de vídeos após testemunharem o aumento do valor de empresas como a Vice Media. O Facebook e o Twitter também têm dado prioridade aos vídeos para ampliar suas receitas com anúncios.

Em 2012, o YouTube era a rede social que apostava no vídeo ao vivo e grandes publicações, como o New York Times, estavam apenas começando a se interessar pelos vídeos noticiosos. Nesse ano eleitoral houve uma mudança de maré.

O Twitter venderá anúncios aproveitando a cobertura do BuzzFeed, disse Smith. As receitas com publicidade geradas pelos vídeos on-line representam uma pequena parte do que as emissoras ganham na TV -- especialmente para sites que acabam de adotar o vídeo --, mas os números continuam crescendo.

Emissoras de TV como CBS e ABC também oferecerão cobertura on-line. A CBS tem uma emissora on-line, a CBSN, dedicada à cobertura jornalística.