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Disputa milionária por quadro de Da Vinci envolve Sotheby's

Katya Kazakina

22/11/2016 12h00

(Bloomberg) -- A Sotheby's entrou na longa briga relacionada a um quadro de Leonardo da Vinci que colocou o bilionário russo Dmitry Rybolovlev contra o homem de negócios suíço que opera a maior instalação de armazenagem de obras de arte do mundo.

A casa de leilões deu um tiro de advertência com um pedido para que um juiz federal emita uma ordem isentando a empresa de qualquer irregularidade na venda privada do quadro "Christ as Salvator Mundi" para Yves Bouvier, presidente da Natural Le Coultre, que opera a Geneva Freeport.

A pintura foi vendida em 2013 por um consórcio de negociantes que inclui Warren Adelson, presidente da Adelson Galleries, e os negociantes de arte novaiorquinos Alexander Parish e Robert Simon para uma companhia controlada por Bouvier por US$ 80 milhões, informou a Sotheby's.

Bouvier revendeu a pintura para Rybolovlev por US$ 127,5 milhões. O grupo de negociantes agora está ameaçando processar a Sotheby's pela diferença, afirmando que foi enganado na venda, afirmou a casa de leilões em declaração à corte federal de Manhattan, na segunda-feira.

A disputa internacional é acompanhada de perto pelo mercado de arte. O bilionário russo do setor de fertilizantes acusou o magnata do ramo portuário de cobrar US$ 500 milhões a US$ 1 bilhão a mais dele ao longo de uma década por trabalhos de Da Vinci, Mark Rothko e Pablo Picasso. Rybolovlev processou Bouvier em Mônaco e Cingapura, afirmando que foi vítima de fraude.

Rybolovlev não quis comentar a declaração da Sotheby's. Simon também preferiu não comentar em nome do consórcio.

A Sotheby's não teve nada a ver com a transação privada que Bouvier fechou com Rybolovlev e não ganhou dinheiro com a venda, informou a casa de leilões na declaração à Justiça.

Liquidação de patrimônio

Parish aparentemente havia comprado a pintura por menos de US$ 10 mil em uma liquidação de patrimônio na Louisiana, EUA, no início dos anos 2000, informou a Sotheby's na declaração.

Durante muito tempo se pensou que a obra fosse uma cópia de um quadro de Da Vinci, mas a Sotheby's informou na declaração que posteriormente ajudou a autenticar a pintura como um trabalho produzido pelo artista em torno de 1500.

O grupo que vendeu a pintura pode estar "tendo remorso de vendedor", afirmou a Sotheby's em sua queixa. "Os acusados sem dúvida gostariam de ter ganhado ainda mais dinheiro."

A Sotheby's pediu uma ordem que declare que a empresa não se responsabiliza por nenhum prejuízo que o grupo vendedor afirma ter sofrido com a venda.