Empresas aéreas na Ásia reavaliam regalias após acordo da Opep
(Bloomberg) -- Algumas das principais empresas aéreas asiáticas que mimam os passageiros com bebidas alcoólicas e entretenimento de cortesia nos voos poderão ter que abandonar essa prática em breve.
As regalias concedidas a bordo para cada passageiro pela Singapore Airlines na década de 1970 se tornarão insustentáveis para algumas companhias porque a redução de produção anunciada na semana passada pela Organização de Países Exportadores de Petróleo aumentou o custo do combustível, segundo analistas do setor de aviação. Outras opções são eliminar rotas não rentáveis, retirar aviões que consomem muito combustível e elevar as tarifas.
O acordo firmado pela Opep em 30 de novembro chegou no pior momento para companhias como a Cathay Pacific Airways e a Singapore Air, que enfrentam excesso de capacidade e declínio dos clientes premium.
As empresas asiáticas também estão particularmente vulneráveis ao aumento dos custos do combustível porque suas margens de lucro equivalem aproximadamente à metade das margens das companhias norte-americanas depois que a concorrência diminuiu as passagens.
Para sobreviver, algumas empresas aéreas asiáticas poderiam ser obrigadas a seguir o exemplo das operadoras de baixo custo dos EUA e cobrar pelos extras -- como alimentos, bebidas alcoólicas e bagagens despachadas -- considerados garantidos nos voos de longa distância há décadas, segundo Mathieu De Marchi, consultor de aviação da Landrum & Brown em Bangcoc.
"Mais empresas aéreas que oferecem serviços completos na região Ásia-Pacífico poderiam pensar em fazer a mesma coisa", disse ele, que não quis identificar as companhias da região mais propensas a fazer com que clientes paguem.
Combustível caro
Empresas aéreas econômicas como a AirAsia e a Jetstar, pertencente à Qantas Airways, há muito tentam tirar mais dinheiro dos clientes durante os voos. Michael O'Leary, CEO da empresa aérea europeia de baixo custo Ryanair Holdings, sugeriu em 2009 a possibilidade de cobrar aos clientes pelo uso do banheiro.
O combustível costuma ser a maior despesa de uma companhia aérea, e o aumento de 30% dos preços neste ano basta para ameaçar a sequência de cinco anos de crescimento dos resultados do setor global de aviação, segundo a assessoria Flight Ascend Consultancy, com sede em Heathrow.
Os preços do petróleo começaram a cair de mais de US$ 100 por barril em meados de 2014 para cerca de US$ 26 em janeiro deste ano. O Brent para liquidação em fevereiro aumentou 13 por cento na semana passada depois do acordo da Opep. O combustível para aviação deu um salto de 11 por cento na mesma semana.
Em uma era de combustível mais caro, as companhias aéreas com serviço completo incluído na passagem poderiam eliminar voos ou reduzir a frequência para destinos turísticos como Bali, na Indonésia, ou Siem Reap, no Camboja, por causa da falta de passageiros premium, disse Neil Hansford, presidente da Strategic Aviation Solutions.
Aviões como o 787 Dreamliner da Boeing e o A350 da Airbus Group podem ser mais atraentes para as empresas aéreas porque os aviões com dois motores consomem menos combustível do que os modelos com quatro motores, como o Boeing 747 e o Airbus A380, disse ele.
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