Marcas de luxo querem que grandes consumidores voltem a Paris
(Bloomberg) -- Os atentados terroristas e o assalto a Kim Kardashian mancharam a reputação de Paris. Por isso, nomes como Chanel, Cartier e outras marcas de luxo estão tentando convencer os consumidores mais exclusivos de que a Cidade Luz continua sendo o destino principal para compras de luxo.
O Comité Colbert, uma associação local de varejistas de luxo, cujos membros vão de Louis Vuitton ao chef Alain Ducasse, organizou na semana passada sua primeira viagem com todos os gastos pagos para 100 consumidores de peso de todo o mundo. E a Chanel escolheu Paris para apresentar sua coleção pré-outono. As iniciativas são apoiadas por uma campanha governamental de 43 milhões de euros (US$ 46 milhões) para atrair turistas com medidas que favorecem o consumo, como novas câmeras de vigilância.
A França é o quarto maior mercado de luxo do mundo e Paris, sozinha, gera mais de 10 bilhões de euros (US$ 10,8 bilhões) em receita, de acordo com a consultoria Bain & Co. O país é especialmente vulnerável às oscilações do turismo, porque visitantes estrangeiros responderão por 60 por cento a 65 por cento de suas vendas do setor de luxo neste ano, estima a Bain & Co. As compras tax-free dos turistas na França diminuíram 20 por cento neste ano até outubro, de acordo com a empresa de monitoramento de dados Global Blue. A receita francesa da fabricante de bolsas Hermès caiu 0,9 por cento no trimestre mais recente.
'Momento desafiador'
"Estamos reagindo de maneiras otimistas e criativas porque este é um momento desafiador para nós", disse Elisabeth Ponsolle des Portes, presidente e CEO do Comité Colbert, em entrevista por telefone.
Essa organização se uniu à Air France para escolher participantes de países como EUA, Japão, China e Nigéria para a iniciativa, que mantém a confidencialidade por questões de segurança. Além do assalto a Kardashian, Paris foi palco de outros roubos de grande destaque, com vítimas como uma mulher da família real saudita e a atriz de Bollywood Mallika Sherawat.
No evento de três dias do Comité Colbert, o ministro de Relações Exteriores, Jean-Marc Ayrault, organizou um jantar black-tie para convidados cujas identidades não foram divulgadas, que participaram de workshops elaborados pelas 48 marcas participantes -- por exemplo, uma visita aos ateliês de alta costura da Dior, que incluiu uma degustação com o chef de confeitaria Pierre Hermé.
"Essas pessoas têm acesso a tudo, então tivemos que surpreendê-las", disse Ponsolle des Portes. "O objetivo era provar a elas que Paris é o único lugar onde você pode viver essas experiências excepcionais."
Bruno Pavlovsky, presidente de moda global da Chanel, disse que a fabricante de bolsas acolchoadas e dos famosos perfumes escolheu Paris para sua apresentação anual Métiers d'Art, para mostrar a tradição da marca e dar apoio à cidade.
"Sem dúvida um pequeno impulso seria benéfico para Paris agora", disse Pavlovsky. A marca realizou três apresentações na terça-feira no Ritz Paris e ofereceu a cerca de 350 clientes preferenciais tratamentos de spa, aulas de ioga e sessões de preparação de confeitaria.
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