Fed finalmente acerta projeções econômicas, exceto sobre juros
(Bloomberg) -- O Federal Reserve acertou as projeções deste ano, exceto aquela que sem dúvida é a mais importante: a das taxas de juros de curto prazo.
Economistas e participantes do mercado estimam que o Federal Reserve elevará os juros pela primeira e única vez em 2016, o que significa que eles conseguirão apenas um dos quatro aumentos que esperavam no ano passado para esse momento. O palpite tão equivocado sobre os juros contrastou nitidamente com as projeções do Fed para o desemprego e a inflação, que parecem praticamente certeiras com base no que vimos até o momento.
No tocante ao desemprego, o Fed vinha se equivocando ao longo da recuperação: o índice caiu muito mais rapidamente do que o esperado. Isso mudou neste ano. O Fed previa um desemprego de 4,7 por cento em média no último trimestre de 2016, e até o momento a média é de 4,8 por cento. Como ainda faltam os dados de dezembro, é possível que o banco central tenha acertado o índice com exatidão.
No que diz respeito à inflação, ainda faltam dois meses de dados antes do fim do ano e a tendência caminha na direção prevista pelo Fed. Este índice é especialmente difícil de prever porque inclui os preços dos combustíveis e dos alimentos, que são voláteis.
A projeção de 1,65 por cento do Fed para o núcleo da inflação de 2015 foi bastante errada, já que a média do quarto trimestre atingiu 1,37 por cento. O banco central pode recuperar a forma em 2016: a inflação está subindo e, se mantiver a tendência, pode acabar sendo superior à projeção.
É verdade que o crescimento do PIB foi inferior à projeção do Fed, de crescimento de 2,4 por cento, até esta altura do ano. Mas se os dados do quarto trimestre forem semelhantes ao ganho do terceiro trimestre, o Fed ainda erraria sua projeção por uma diferença menor que a do ano passado.
Por que o Fed fez projeções econômicas quase certas, mas projeções tão equivocadas para os juros? O ritmo mais lento de elevação dos juros pode ter ajudado o Fed a acertar suas outras projeções, porque deram mais espaço para a economia crescer. E o banco central dos EUA errou o ritmo dos aumentos dos juros devido a eventos altamente imprevisíveis, como a volatilidade do mercado inspirada pela China e a decisão do Reino Unido, em referendo realizado no fim de junho, de deixar a União Europeia.
"O Fed observa o que acontece globalmente e isso o impediu de elevar os juros como havia sinalizado inicialmente", disse Thomas Costerg, economista sênior para os EUA do Standard Chartered Bank em Nova York. "Tudo se resume ao cenário internacional."
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